Um dos mais influentes monges budistas do mundo, Thich Nhat Hanh, morreu este sábado no Vietname, aos 95 anos de idade.
A morte de Thich Nhat Hanh, que ficou conhecido por trazer a arte do “mindfulness” para o Ocidente, foi anunciada pela sua organização de ensino, através de uma publicação na conta oficial do ativista no Twitter.
O mestre da meditação “faleceu pacificamente” no Templo Tu Hieu, na cidade de Hue, o coração budista do Vietname, escreveu a International Plum Village Community of Engaged Buddhism.
“Convidamos a nossa amada família espiritual global a tirar um momento para parar, voltar à nossa respiração consciente, enquanto juntos mantemos Thay nos nossos corações”, disse ainda a organização, usando a palavra vietnamita para professor.
O monge e ativista da paz regressou ao seu país natal, o Vietname, em 2018, depois de ter passado quase quatro décadas no exílio em França, escreve a AFP.
Nessa altura, Thich Nhat Hanh organizou retiros em todo o mundo e escreveu mais de 100 livros, incluindo sobre “mindfulness” e meditação – uma pedra angular de uma indústria de bem-estar global que vale cerca de 4,2 biliões de dólares.
Apesar de ter sido banido do do seu país natal por apelar ao fim da Guerra do Vietname, o mestre zen foi mantido afastado por defender a liberdade religiosa em todo o mundo.
De acordo com a Raw Story, desde o seu regresso ao Vietname, já centenas de pessoas se juntaram ao monge nos seus passeios à volta dos exuberantes jardins do templo.
“Ele ensinou-nos a amar as pessoas, a amar-nos a nós próprios, a amar a natureza”, disse Tran Thi My Thanh, que fez a peregrinação a Hue com amigos da cidade de Ho Chi Minh.
“Sabemos que o Vietname tem dificuldades, e sabemos que o mundo também tenta ajudar o Vietname a abrir-se, a ter mais liberdade, mais democracia… também tentamos ajudar, mas fazemo-lo de uma forma budista”, disse Thich Chan Phap An, um dos discípulos mais próximos de Thich Nhat Hanh.
“Não é sensato ter confrontação, mas é muito bom ter comunicação”, disse à AFP em 2018.