Misteriosa rainha viking pode ter ajudado a unificar a Dinamarca no ano 900

Roberto Fortuna/National Museum of Denmark

Uma misteriosa rainha chamada Thyra, que viveu durante a Era Viking, pode ter sido uma das fundadoras do que é atualmente a Dinamarca.

Thyra, a mãe do rei Harald I (o famoso Harald Bluetooth), foi homenageada em quatro pedras rúnicas em diferentes partes da Dinamarca, o que sugere que era uma figura poderosa.

Segundo Lisbeth Imer, investigadora do Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhaga, “devido às numerosas pedras rúnicas erigidas em honra de Thyra, podemos concluir que ela deve ter sido muito poderosa e que provinha de uma família muito poderosa”.

A Era Viking na Dinamarca durou entre 800 a 1050 d.C., tendo como figura-chave Harald I — rei desde 958 d.C. até à sua morte em 987 — e filho do rei Gorm, que chegou ao poder por volta de 936, e da rainha Thyra.

Durante estes dois reinados a Dinamarca tornou-se um Estado unificado.

Anteriormente, estava dividida em reinos ou territórios mais pequenos. “Não fazemos ideia de quantos e quem os terá governado, devido à falta de fontes escritas”, explica Imer.

A falta de registos também significa que não se sabe quase nada sobre Gorm e Thyra, de acordo com o NewScientist.

Contudo, Imer tem razões para suspeitar que Thyra era uma figura importante, uma vez que na Dinamarca da Era Viking, as pessoas poderosas eram frequentemente homenageadas com pedras rúnicas: altas placas de granito com runas gravadas.

O nome “Thyra” encontra-se em quatro pedras rúnicas de meados do século XIX. Duas são de Jelling — onde viviam os monarcas — e foram erigidas por Gorm e Harald.

As outras duas — as pedras rúnicas de Læborg e Bække 1 — foram encontradas noutro local e parecem ter sido esculpidas por um individuo desconhecido chamado Ravnunge-Tue.

Para descobrir se as pedras rúnicas se referiam à mesma Thyra, Imer e os seus colegas tentaram determinar se todas tinham sido esculpidas pelo mesmo artesão, uma vez que isso sugeriria que todas foram produzidas na mesma altura e que, provavelmente, se referiam à mesma pessoa.

Para o descobrir, os investigadores examinaram os métodos de gravação, os tamanhos e as formas das runas.

Uma das pedras da Jelling estava demasiado mal conservada para se obterem resultados fiáveis, mas a outra estava em bom estado e o estilo das suas gravuras coincidia com o da pedra de Læborg.

Esta conclusão sugere que Thyra foi homenageada não só pela sua família mais próxima, mas também por outras pessoas noutros locais do país.

Segundo Imer, Thya não pode ter sido vulgar nas sociedades nórdicas. “As mulheres da elite tinham provavelmente muito poder”. Acrescenta, ainda, que “um grande túmulo em Oseberg, na Noruega, continha os corpos de duas mulheres, que deviam ocupar as posições mais elevadas da comunidade”.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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