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O mistério dos esquemas de cores das tarântulas pode ter sido resolvido

A tarântula Poecilotheria metallica

Um novo estudo sugere que as tarântulas, que são mais ativas no crepúsculo, podem ver cores tão bem como os animais diurnos.

As tarântulas não são apenas castanhas e pretas. Estas aranhas grandes e peludas também apresentam tons de azul, verde, roxo e vermelho. No entanto, como são mais ativas no crepúsculo, estas cores vibrantes são mais difíceis de ver (pelo menos para nós).

Até agora, os cientistas não sabiam se elas próprias conseguiam ver estes padrões de cores na penumbra do crepúsculo. Mas, segundo o site Science Alert, um novo estudo sugere que as tarântulas podem ver cores tão bem como os animais diurnos.

A equipa analisou fotografias de 37 géneros de tarântulas de todo o mundo, e mediu o espectro de cores, observou traços comportamentais específicos e analisou a sua história evolutiva.

Embora ainda não se saiba quão bem estes animais veem essas cores na escuridão, os investigadores descobriram que as tarântulas têm muitos tipos de genes de opsina – que produzem proteínas opsina, encontradas nas células fotorrecetoras, e que ajudam os animais a ver as cores.

“Apesar das suas tendências crepusculares, as tarântulas expressam uma diversidade considerável de genes de opsina – uma descoberta que contradiz o consenso atual de que têm uma visão de cores deficiente com base na diversidade de baixa opsina”, explica a equipa no estudo publicado, a 23 de setembro, na revista científica Proceedings of the Royal Society B.

Os cientistas também tentaram perceber se certos comportamentos poderiam estar relacionados com as cores distintas de azul e verde que as tarântulas exibem. Especificamente, investigaram a estridulação (quando esfregam as partes bucais para fazer barulho para afastar predadores), os pelos urticantes (que podem usar como um mecanismo de defesa) e o facto de serem arbóreas (ou seja, viverem nas árvores).

A equipa não conseguiu encontrar nenhuma ligação entre estridulação e os pelos urticantes, mas descobriu que a cor verde provavelmente ajuda as aranhas a evitar serem vistas (crípse).

“Embora a função precisa do azul ainda não esteja clara, os nossos resultados sugerem que as tarântulas podem ser capazes de ver esses azuis, por isso, a escolha do companheiro pode ser uma explicação provável”, explica Saoirse Foley, bióloga da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, e uma das autoras do estudo.

ZAP //

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