Ministro-sombra de Montenegro foi para empresa um mês após atribuir-lhe ajustes diretos

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PSD / Flickr

Luís Montenegro, líder do PSD

Enquanto era presidente da câmara de Ansião, Rui Rocha assinou dois contratos por ajuste direto com uma empresa para a qual foi trabalhar um mês depois.

Rui Rocha é considerado o ministro-sombra de Montenegro para a segurança e proteção civil. O vogal da direção do PSD vê-se agora envolvido numa polémica após ter sido contratado por um empresa um mês depois de lhe atribuir dois ajustes diretos enquanto presidente da câmara de Ansião.

A revista Sábado avança que nos últimos dois dias antes das autárquicas de 2017, Rui Rocha adjudicou mais de 72 mil euros ao grupo S.N.S.V. Ora. Cerca de um mês depois de sair da autarquia, foi anunciado como o novo CEO da empresa.

O primeiro contrato foi assinado no dia 28 de setembro de 2017, por 51.846 euros, para “toponímia e sinalética informativa”.

Um dia depois, Rui Rocha assinou novo contrato, novamente por ajuste direto, com o grupo S.N.S.V., desta vez com a empresa Miranvias, Pinturas e Sinalização. Desta vez, detalha a Sábado, o valor foi de 21.924 euros, para trabalhar “sinalização horizontal”.

Como não se recandidatou, Rui Rocha abandonou a Câmara Municipal de Ansião após as eleições autárquicas.

“O economista Rui Rocha será o novo CEO do grupo S.N.S.V., que integra sete empresas e que opera em vários setores de atividade, em Portugal e no estrangeiro”, informou o grupo empresarial, no dia 3 de novembro de 2017.

O dono do grupo é Alfredo Moreira, antigo presidente da junta de freguesia de Avelar pelo PSD em 2009.

Em resposta à revista, Rui Rocha considera “normal” a circunstância em que os contratos foram assinados.

“As empresas S.N.S.V., Lda. e Miranvias, Lda. estão sediadas no concelho de Ansião há cerca de 30 anos, sendo, qualquer uma delas, referência nacional em cada uma das suas atividades, sinalização vertical e sinalização horizontal”, disse Rui Rocha.

“Relativamente aos procedimentos concursais referenciados, ajustes diretos, foram desenvolvidos com o respetivo enquadramento legal e ocorreram nesse tempo, visando cumprir os objetivos delineados no mandato para que fui eleito pelos ansianenses”, acrescentou.

Com uma licenciatura em Economia, Rui Rocha justifica ainda que entendeu que o melhor para si seria deixar a política para se tornar empresário.

ZAP //

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11 Comments

  1. É por causa de coisas destas que o Chega vai crescendo. Todos estas falcatruas e manhosises na área politica do Grande Centrão que se têm descoberto ultimamente são adubo (ou estrume) para fertilizar a árvore do André desventura. Se isto continua nesta senda, acredito que o Chega chegue ao poder ainda nesta década.

  2. Parece que o Chega é paradigma de alguma honestidade ou ética?!? Viu-se no congresso ser um grupo de órfãos politicos procurando encontrar a alma gémea, e o mentor não muda!!! Qual grupo de raivosos procurando conforto espiritual…

  3. Por cada uma destas são mais 500 ou 1.000 votos no CHEGA. Não é que este partido seja diferente. É apenas fora do arco da governação e tem um discurso que manda tudo abaixo.

  4. O paradoxo dos sucessivos Governos e Desgovernos reside no facto que , quando são Eleitos para “Governar” , “Governan-se” e bem , en detrimento de quem os elegeu !

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