10 acidentes de comboio só nas últimas semanas criaram uma alcunha que Ashwini Vaishnaw não gostava de ter.
A Índia está numa fase em que nenhum país gostava de estar: uma fase de diversos acidentes de comboio.
Só em Julho houve oito descarrilamentos em percursos muito frequentados no norte do país. Nestes primeiros dias de Agosto já houve mais dois incidentes do género. 10 no total, em cinco semanas.
Estes descarrilamentos já causaram pelo menos 3 mortos e 30 feridos, além de estragos na infraestruturas e prejuízos para o Governo.
Já no ano passado, em Junho, um acidente em Balasore que envolveu três comboios matou cerca de 300 pessoas e feriu mais de 1.200.
Todos estes acidentes também já originaram também uma alcunha para o ministro das infraestruturas, Ashwini Vaishnaw.
“Ele é o ministro do descarrilamento“, disse no Parlamento o líder da oposição, Gaurav Gogoi.
“Quantos comboios descarrilaram nos últimos dois anos? Só nos últimos dois meses, descarrilaram quatro comboios de mercadorias. Ele deveria ter pedido a demissão e assumido a responsabilidade moral pelos 300 mortos em Balasore”, continua Gaurav, citado no South China Morning Post.
Sanatan Pandey, outro opositor ao Governo liderado por Narendra Modi avisa que os indianos “vão deixar de viajar de comboio se continuar a haver tantos acidentes”.
O ministro das infraestruturas assegurou no debate no Parlamento que a média do número de descarrilamentos não aumentou na Índia, ao longo dos últimos anos – mas não sabe explicar os diversos acidentes das últimas semanas.
Os especialistas questionam a prioridade do Governo indiano: tem gastado mais dinheiro na ferrovia, mas a maioria do investimento é em novas carruagens, mais rápidas; a renovação e a manutenção ficam de parte.
Ainda por cima num país onde há diversas vias que servem para comboios de mercadorias e para autocarros de passageiros. O desgaste é maior, mas a manutenção não se intensifica mesmo assim.