O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior recomendou às instituições científicas e de ensino superior a “disponibilização de condições de testagem para SARS-CoV-2” e programas “de mitigação” dos efeitos da pandemia na saúde mental dos estudantes.
Através de um documento divulgado na quinta-feira, o ministério liderado por Manuel Heitor apresentou várias recomendações para as instituições científicas e de ensino superior colocarem em prática a partir de 19 de abril.
O Governo aprovou em reunião do Conselho de Ministros, na quinta-feira, o plano faseado de desconfinamento. Esta planificação prevê o regresso das aulas presenciais para estudantes dos ensinos secundário e superior a partir de 19 de abril.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior recomendou aos estabelecimentos visados a preparação de uma “reativação faseada de atividades letivas e não letivas” presenciais que contemplem “a disponibilização de condições de testagem para o SARS-CoV-2 aos docentes, investigadores, não docentes e estudantes que desenvolvam a sua atividade presencialmente”.
A Tutela também aconselhou a manutenção das regras definidas pela Direção-Geral da Saúde para reduzir a probabilidade de contágio (uso de máscaras, distanciamento físico, entre outras) e a “manutenção dos mecanismos de monitorização e controlo atualmente implementados para garantir o acompanhamento da situação de risco e potencial contágio em cada instituição”.
Prevendo que a pandemia vá “aprofundar as dificuldades de ordem social, pedagógica e de saúde existentes” também na comunidade estudantil, “recomenda que as instituições de ensino superior desenvolvam programas de mitigação e compensação dos efeitos da covid-19 nos estudantes”.
Ou seja, é sugerida uma atenção redobrada aos estudantes, garantindo, “sempre que necessário, o apoio psicológico e o acompanhamento do estado de saúde mental da comunidade académica, em estreita articulação” com as associações de estudantes e federações.
O Ministério também destacou a necessidade de ser dado o acompanhamento devido aos estudantes que entraram este ano letivo para o ensino superior, de combater o abandono escolar e a preparação do ano letivo 2021/2022 e do acesso ao ensino superior.
Reitores queriam aulas práticas mais cedo
Apesar de as aulas presenciais para o ensino superior começarem no dia 19 de abril, esse regresso deve ser faseado. Mas os responsáveis das instituições de ensino queriam retomar as aulas práticas mais cedo.
A principal preocupação prende-se com as disciplinas práticas, por exemplo em cursos de saúde, desporto ou artes, que estão genericamente suspensas desde o início do segundo semestre letivo, escreve o jornal Público.
“Corremos o risco de chegar ao final do ano e dar diplomas que atestam competências que os estudantes nunca praticaram“, alerta o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António Sousa Pereira.
Também o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro Dominguinhos, considera que as instituições de ensino superior estavam prontas para “retomar desde já as aulas em condições de segurança”, com um número reduzido de pessoas nas suas instalações, atendendo a que a maioria dos cursos tem funcionado em regime misto, com aulas teóricas à distância e apenas as aulas práticas a exigir a presença dos estudantes nas salas e laboratórios.
ZAP // Lusa