Militares suspeitos de corrupção tramados por telefonemas às mulheres

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Pedro Aragão / Wikimedia

Uma aeronave Airbus CASA C-295M da Força Aérea Portuguesa aterra na base aérea de Monte Real

A Polícia Judiciária chegou ao dinheiro das alegadas “luvas” do esquema de corrupção nas messes da Força Aérea porque alguns dos suspeitos do processo se denunciaram, em chamadas telefónicas às mulheres. Não sabiam que estavam a ser alvo de escutas.

Estes dados são avançados pelo Correio da Manhã (CM) que refere que, “aflitos com buscas”, alguns dos militares envolvidos no esquema de sobre-facturação, nas messes da Força Aérea, “telefonaram às mulheres para destruírem as provas e esconderem fortuna em notas das luvas”.

A Polícia Judiciária (PJ) terá, assim, obtido uma ajuda preciosa para chegar às alegadas provas de corrupção, num esquema em que os militares receberiam as “luvas” em baldes, além de pagamentos em camarão e champanhe.

O CM transcreve partes de uma dessas alegadas escutas telefónicas, envolvendo o Capitão Nuno Neves, da Base Aérea 11, em Beja, um 12 militares que se encontram em prisão preventiva, em Tomar.

“Como tu deves calcular, eu preciso que tu arrumes a minha roupa, ´tá bem?“, diz o Capitão à mulher, segundo transcrição do CM, num telefonema realizado no mesmo dia em que os investigadores da chamada Operação Zeus realizaram buscas em várias residências e bases militares.

O militar diz, ainda, que não sabe o que “é que eles vão fazer”, mas que se fala “em detenções”.

“Não sei o que é que isto vai dar… mas pelo menos a roupa… percebes aquilo que eu quero dizer?”, aponta o Capitão no mesmo telefonema.

“Na tua cómoda, está roupa minha também… está um oleado que eu preciso disso… guarda isso… num sítio qualquer“, acrescenta o militar, segundo transcrição do CM.

Nesse dia, os investigadores do Ministério Público realizaram mais de 80 buscas domiciliárias e mais de 25 buscas não domiciliárias, nomeadamente em Bases militares.

O CM também revelou, na edição de quinta-feira, que havia suspeitas de sobre-facturação na messe de Beja desde 2009. O caso terá sido alvo de um processo disciplinar interno que terá terminado arquivado, sem punições, segundo o jornal.

ZAP //

3 Comments

  1. Eu fui militar obrigado para que muitos cavalheiros nesta altura sejam bem/caros pensionistas.
    <Como nunca fui chico, pergunto de quais forças armadas devemos ter orgulho:
    -das que aparecem para ajudar no combate aos incêndios na fase de rescaldos.
    -das forças armadas que andam curvadas pelas condecorações que ostentam nos casacos
    -das forças armadas que não roubam mas que por esquemas difusos, fazem chegar ás suas ou seus patrimónios, bens que não lhes pertencem
    -das forças armadas que querem comissões e promoções em "teatros de operações#
    -das forças armadas que há anos. do tempo do cavalheiro Paulo Portas. apareciam a comentar as guerras "on line" onde viam bidons de armas químicas, onde ao que parece nunca existiram
    -das forças armadas que deixaram para trás soldados que morreram numa guerra injusta em África…vão a curva da estrada de CAIA para Tambara na localidade de Murraça e estão campas rasas de militares que não vieram para suas sepulturas naturais..
    Ficava muito bem a um ex previligiado de Moçambique que fosse tirar umas selfis de afetos, a esses locais
    -das forças armadas que têm como CEMGFA um tal que acha que 34 000,00 € de furto/roubo são uma ninharias? Artur Pina Monteiro, o teu pai, mãe e com os teus irmãos, lembras da altura da recolha de leite, da destilaria, da tasca em Vila Fernando não aprendestes este desprendimento de valores..

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