Cerca de um milhão de italianos lutam para serem reconhecidos como cidadãos deste país, escreve esta semana a revista norte-americana Vice.
O repórter de televisão Sonny Olumati, nascido e criado em Roma, é um dos cidadãos que luta para ver reconhecida a sua nacionalidade.
Olumati é filho de pais nigerianos e, apesar de ter nascido e vivido toda a sua vida em Itália, viu-se obrigado a apresentar, em 2004, um requerimento para obter cidadania italiana – agora, aos 34 anos, continua à espera de ser reconhecido como tal.
O facto descenderem de pais emigrantes é uma das principais barreiras para a obtenção de cidadania em solo italiano, situação que, consequentemente, deixa estas pessoas – apelidadas comummente como “italianos invisíveis” – sem alguns direitos fundamentais, como o direito ao voto, o acesso à saúde e algumas oportunidades de trabalho.
Tal como frisa a Vice, obter cidadania italiana é extremamente difícil. A lei em vigor, que remonta a 1992, concede cidadania italiana principalmente tendo em conta os laços de sangue, dificultando a obtenção de cidadania a pessoas com pais não-italianos.
Pessoas que nasceram em Itália mas que são descendentes de pais com outras nacionalidades, podem pedir diretamente cidadania italiana aos 18 anos, mas devem concluir todo o processo no 19.º aniversário – uma janela de tempo de um ano.
Num país que é também conhecido pela sua longa burocracia, este espaço de tempo tem-se revelado extremamente curto para obtenção dos documentos necessários.
Este é um problema conhecido no país: milhares de jovem fazem parte do movimento Italiani senza cittadinanza (italianos sem cidadania), que há anos luta e faz campanha apelando por uma reforma das leis da cidadania.
É curioso como é frequente ver Europeus a criticar as políticas de imigração nos EUA, quando na verdade as leis de imigração Americanas são muitíssimo mais favoráveis aos imigrantes. Esta de só ter direito a ser cidadão Italiano quem tem pais Italianos seria considerado nos EUA xenófobo.