/

Mil candeeiros apagam-se hoje na Madeira para “tornar visível a poluição luminosa”

ZAP // Wikimedia Commons; ext. Dall-E-2

As cagarras são afetadas pela luz artificial excessiva

As cagarras são afetadas pela luz artificial excessiva

“Mega apagão” terá a duração de três horas. Objetivo é “tornar visível a poluição luminosa” e “criar um caminho seguro no céu” para as aves, especialmente para as cagarras.

Mil candeeiros de rua vão apagar-se esta noite entre as 20:00 e as 23:00 em cinco concelhos da Madeira, no âmbito de uma campanha para proteger as cagarras da luz artificial excessiva, promovida pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

Ave marinha pertencente à família dos Procellariidae — conhecida cientificamente como Calonectris diomedea — a cagarra é uma das aves marinhas mais comuns nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, bem como em outras regiões do Atlântico Norte.

“Com este apagão, por uma noite, iremos criar um caminho seguro no céu para que as aves possam voar em direção ao mar em segurança, mas, mais do que isso, iremos demonstrar que reduzir a iluminação artificial excessiva pode salvar aves”, refere a organização em comunicado.

De acordo com a SPEA, o período entre as 20:00 e as 23:00 é o mais crítico, pois corresponde àquele em que as cagarras juvenis saem dos ninhos.

Os municípios do Funchal, Câmara de Lobos, Santa Cruz, Machico (na costa sul da ilha da Madeira) e Santana (na costa norte) são parceiros do projeto, que decorre de uma campanha de recolha de fundos denominada Noite Com Vida, no âmbito do programa ‘LIFE Natura@night’.

“Mil candeeiros de rua vão apagar-se na Madeira, um por cada 10 euros de donativos angariados na campanha Noite Com Vida”, esclarece a SPEA, que convida ainda os madeirenses a juntarem-se à iniciativa, apagando a iluminação exterior das suas casas e edifícios durante o “mega apagão”.

“Todos os anos, na Madeira, Açores e Canárias, a poluição luminosa leva a que centenas de juvenis de aves marinhas fiquem encandeados, caindo por terra e podendo ficar feridos ou mesmo morrer”, alerta a SPEA, sublinhando que “a poluição luminosa afeta não só as aves, mas também inúmeras espécies e até a saúde humana”.

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves considera que o “mega-apagão” desta segunda-feira é uma forma de “tornar visível a poluição luminosa” e alertar para a importância de estudar o seu impacto, bem como de trabalhar com municípios e empresas para implementar iluminação pública mais eficiente, mais adequada e mais bem direcionada.

Por outro lado, até 05 de novembro, decorre na região a campanha Salve uma Ave Marinha, na qual voluntários e técnicos da SPEA percorrem a ilha em busca de aves que precisem de ajuda para chegar ao mar.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.