Andreas Forsberg e Anders Zetterqvist
Os cientistas estudaram um raro meteorito de ferro e descobriram a órbita que o seu corpo pai ocupava antes de colidir com a Terra.
Os cientistas desvendaram a órbita do corpo parental de um raro meteorito de ferro, o primeiro do seu tipo, que fez uma entrada espetacular na Terra em 2020 nos céus da Suécia. Esta descoberta extraordinária oferece novas perspetivas sobre os primeiros dias do Sistema Solar.
Originários de núcleos metálicos fundidos de planetesimais, há 4,5 mil milhões de anos, os meteoritos de ferro são vestígios dos pequenos corpos que se fundiram para formar os planetas do nosso Sistema Solar. São bastante raros, constituindo apenas 2% dos meteoritos que aterram na Terra.
Após a queda do meteorito, observado predominantemente pela Rede Finnish Fireball, Jaakko Visuri, um analista da rede afirmou: “Isto deu-nos uma oportunidade singular para aprofundar o mecanismo que entrega meteoritos de ferro e rastrear potenciais reservas ricas em ferro no cosmos.”
Sob a liderança de Irina Belskaya da Universidade Nacional de Kharkiv, uma equipa ucraniana de astrónomos aproveitou esta rara oportunidade. A sua busca faz parte de uma iniciativa de 2020 destinada a estudar os asteróides ricos em metal, os progenitores dos meteoritos de ferro.
Sublinhando a significância, Maraia Gritsevich do Instituto Geoespacial Finlandês comentou: “Esta descoberta é histórica. Não só documenta a trajetória de um meteorito de ferro numa queda fenomenal a apenas 7 milhas acima da Terra, mas também rastreia a sua jornada cósmica antes de nos alcançar. É um avanço na compreensão de objetos celestiais ricos em ferro e no vasto Sistema Solar.”
A partir do meteorito, os cientistas obtiveram pistas valiosas sobre a sua formação. As descobertas podem orientar futuras expedições espaciais que visem asteróides ricos em metal e potenciais centros para a mineração espacial.
Compreender a órbita do corpo parental do meteorito oferece uma perspetiva mais ampla das dinâmicas celestiais durante a fase nascente do nosso Sistema Solar, englobando interações e influências gravitacionais de entidades cósmicas iniciais.
