Metas de Medina para a economia em risco. O PRR e a JMJ vão “passar o pano”?

Tiago Petinga / LUSA

Fernando Medina

Apesar do crescimento do PIB, o ministro das Finanças vê estagnar o segundo trimestre. Para cumprir as metas, a economia terá de crescer pelo menos 3% na segunda metade do ano.

A economia portuguesa enfrenta desafios significativos para atingir as metas de crescimento otimistas para 2023. Após um promissor arranque do ano, o segundo trimestre estagnou comparativamente ao trimestre anterior, com um abrandamento no crescimento para 2,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esta tendência está a levar especialistas a questionar a viabilidade das projeções otimistas para o crescimento anual, como é o caso da do Banco de Portugal, que estima um crescimento de 2,7% em 2023 — um valor sugerido pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, há duas semanas, como nova previsão, em substituição dos 1,8% inscritos no Programa de Estabilidade.

Apesar do crescimento homólogo de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano, o crescimento foi nulo em relação ao trimestre anterior, devido a um arrefecimento nas exportações, avisa o ECO.

PRR e JMJ prometem ajudar

Para que a projeção de crescimento de 2,7% do Banco de Portugal se concretize, a economia terá de crescer pelo menos 3% na segunda metade do ano. Apesar dos desafios, alguns economistas afirmam que ainda é possível atingir a meta, embora reconheçam que o cenário internacional apresenta certos riscos.

As exportações, um dos principais motores da economia portuguesa, foram uma das componentes que mais penalizaram o desempenho económico do país no segundo trimestre — um cenário que pode não melhorar nos próximos semestres, à luz dos dados preliminares da economia da União Europeia para o terceiro trimestre, que são encarados como relativamente desfavoráveis.

Existem, no entanto, algumas perspetivas positivas. Ricardo Ferraz, investigador na Lisbon School of Economics & Management e professor na Universidade Lusófona, conta ao ECO que acredita que a boa execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pode acelerar o investimento e estimular a economia. A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que arranca esta terça-feira, também pode ter um impacto significativo no terceiro trimestre.

Desta forma, “é difícil de chegar aos 2,7% mas não impossível, caso a execução do PRR acelere e consigo o investimento e se materialize impacto da JMJ”, prevê o investigador.

ZAP //

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