Mergulhador desenvolveu uma técnica para hipnotizar tubarões

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d.r. Riccardo Sturla Avogadri

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Um mergulhador italiano afirma ter descoberto uma técnica simples para conseguir “hipnotizar” tubarões.

Riccardo Sturla Avogadri é o corajoso mergulhador que diz ter encontrado uma forma de colocar os tubarões em “transe”, conta a BBC.

Segundo o italiano, o primeiro passo para imobilizar um tubarão começa por atrai-lo, algo que pode ser feito com recurso a algum barulho, comida ou produtos químicos.

De seguida, quando o tubarão se aproxima, passa-se à tarefa quase impossível de o colocar em modo de relaxamento. Avogadri coloca as mãos numa posição específica que faz com que estes animais pensem que os seus dedos são peixes.

“Faço com que o tubarão tente morder as minhas mãos. Essa é a parte mais difícil e também a mais perigosa, visto que se for muito rápido o tubarão vai embora e se for muito devagar ele morde”, explicou o mergulhador no Outlook, um programa de rádio da estação britânica.

O italiano contou ainda que esta é uma técnica sempre feita com a utilização de um fato de mergulho especial, feito à base de aço, que impossibilita que os dentes do tubarão perfurem a sua pele.

Segundo Avogadri, antes de morder, o animal abre a boca para deixar a água entrar e obter oxigénio através das guelras. É no preciso momento em que o tubarão fecha a boca que o mergulhador ‘ataca’.

“Eu consigo imobilizar o tubarão quando está com a boca fechada. Nesse momento, o animal não está a respirar e, por isso, coloco a mão no nariz e faço uma espécie de massagem”, conta.

É essa massagem que permite mudar o comportamento do tubarão, uma vez que estimula um órgão sensorial chamado de ampola de Lorenzini.

“Os tubarões gostam de sentir os movimentos circulares. (…) Tentam fugir durante uns cinco ou seis segundos, mas quando sentem essa sensação percebem que não há perigo e muitas vezes param”.

Por fim, o mergulhador diz que começa a retirar as parasitas presentes na pele do animal e que esse pode também ser um fator que cria alguma relação de empatia.

“O animal pode ir embora, mas como percebe que fiz uma coisa boa, acaba por voltar – talvez pense que sou uma espécie de ‘estação de limpeza'”, sugere.

O italiano admite que não é possível aplicar esta técnica com todos os tubarões mas garante que, para já, não teve ainda nenhum acidente grave.

“Às vezes estou no meio de um grupo de 20 tubarões e tenho de perceber quais são os mais confiantes. Quando consigo encontrar um bom tubarão, tento atraí-lo”.

Esta tem sido uma boa técnica para impressionar turistas mas o mergulhador acredita que esta é também uma solução para que investigadores e cientistas possam examinar estes animais, sem ser preciso passar por todo o stress provocado por uma captura.

ZAP / BBC

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