Os drones têm vindo, cada vez mais, a dominar o palco tecnológico mundial. Com novos designs, desempenhos e funcionalidades, estes mecanismos voadores podem vir a redesenhar vários setores de atividade, como o das entregas e o da vigilância.
De acordo com Ben Wood, um analista da consultora CCS Insight, os drones estão, com efeito, a deixar a sua marca no CES 2015, um evento internacional de eletrónica de consumo que é por muitos considerado o maior do mundo.
Um estudo da Associação de Eletrónicos de Consumo (CEA), responsável pela organização do evento anual CES, avançou que as receitas do mercado global de drones para consumo deve, em 2015, atingir os 130 milhões de dólares, refletindo um aumento de 55% face ao ano anterior. Ainda, espera-se que em 2015 as vendas de drones assomem às 400 mil unidades. A CEA revelou que, em somente cinco anos, as receitas geradas pelo mercado de drones poderão facilmente chegar aos mil milhões de dólares.
Apesar dos avanços que têm sido conseguidos na esfera tenológica dos drones, dois aspetos associados a estes dispositivos emergem como preocupações que não podem ser ignoradas e que precisam de soluções com premência. As potencialidades destes jovens aparelhos voadores e a regulação que sobre eles deve incidir gera ainda grande controvérsia entre as autoridades reguladoras, os fabricantes e grupos de consumidores.
A Autoridade Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) não se tem mostrado muito convencida pelos argumentos avançados pelos defensores da comercialização difundida dos drones. Segundo a FAA, a múltiplas utilidades dos drones – que passam pelas entregas de encomendas e pela vigilância, por exemplo – podem lançar sobre alguns setores de atividade pressões desnecessárias que acarretem consequências nefastas.
Por outro lado, a utilização comercial dos drones equipados com dispositivos de gravação de vídeo podem gerar inúmeras situações de violação de privacidade, pelo que a FAA tem cada vez mais apertado a legislação sobre estes dispositivos eletrónicos.
No CES 2015, contudo, drones de todas as cores, tamanhos e formatos voam livremente e enchem as salas de exposição em Las Vegas com um zumbido tecnológico.
A startup chinesa EHang, por exemplo, desenvolveu um drone com as habituais quatro hélices, o Ghost. Mas no CES decidiu apresentar uma versão rosa-choque do seu aparelho, através do qual espera conquistar um maior volume de seguidores do sexo feminino. Kai Jianes, da jovem empresa criada em 2014, comunicou a BBC News, afirmou que cada vez mais são as fãs dos drones.
Por outro lado, a aposta da tecnológica chinesa Hubsan incidiu sobre o tamanho do drone. O seu X3 cabe na palma da mão. Este aparelho custa 200 dólares e tem uma autonomia de dez minutos até precisar de ser recarregado.
Apesar de todos assentarem sobre um conceito comum, os drones, beneficiando dos avanços tecnológicos, podem integrar as mais variadas funcionalidades e acessórios. É um mercado ainda pequeno, longe de atingir a maturidade, com muito espaço para a inovação, mas espera-se que nos próximos tempos adquira uma grande força e altere mesmo o nosso quotidiano.
Quando o CEO da Amazon, Jeff Bezos, disse que queria revolucionar o setor das entregas com o emprego de drones, foi considerado um sonhador. Talvez o diretor executivo não estivesse assim tão longe da realidade.
Filipe Pimentel, B!T