MEO dá 800 euros a trabalhadores que aceitem mudar para nova empresa

André Kosters / Lusa

Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal

Apesar da resistência de quase dois mil trabalhadores da MEO, a Altice Portugal mantém os planos de arrancar com uma nova empresa de serviços técnicos no início de outubro.

Para convencer os funcionários que integram a atual direção de serviços operacionais (a DOI) a transferirem-se para a nova entidade, a MEO Serviços Técnicos (MEO ST), a Altice está a oferecer-lhes um “incentivo” de 800 euros.

De acordo com o Público, o pagamento deste valor, que será feito na MEO ST, no mês de outubro, implica que cada trabalhador decida até à primeira semana de setembro se assina o acordo de cedência ocasional que permitirá a sua passagem da MEO (a MEO SA) para a nova empresa.

Fonte oficial da empresa liderada por Alexandre Fonseca definiu a criação desta nova unidade – que se ocupará da gestão integral das redes de comunicações e que vai prestar serviços a terceiros – como “um elemento chave” para a Altice, porque “responde à ambição de uma qualidade de serviço ainda maior e de satisfação das necessidades do mercado”.

A mesma fonte confirmou que “cada colaborador terá direito a um incentivo de integração, cujo valor é substancial” e que este estava “previsto desde o início deste projeto”. Os trabalhadores manterão todos os direitos – remunerações, tempo de serviço e planos de saúde -, as mesmas funções e local de trabalho.

Neste momento a Altice está a procurar a aceitação das cerca de 140 chefias da DOI em todo o país, esperando que estas influenciem depois os restantes trabalhadores a assinar os acordos de cedência ocasional. Todos os trabalhadores serão consultados nas próximas semanas e todo o processo deverá estar concluído até 15 de setembro.

Este regime que a empresa escolheu para transferir os técnicos para a nova empresa implica a adesão voluntária dos trabalhadores.

Apesar das garantias, o “projeto” continua a suscitar reservas aos trabalhadores, tantas que o prazo inicialmente comunicado internamente para a entrada em funcionamento da nova empresa teve de ser adiado.

Quem quiser permanecer na MEO SA terá de se sujeitar às novas funções que a empresa lhe quiser atribuir. Por outro lado, quem decidir ir para a MEO ST e quiser pôr fim ao acordo de cedência e regressar à casa-mãe sabe que será confrontado com idêntica situação.

Entre os vários sindicatos que representam os trabalhadores da MEO, o Tensiq continua a questionar “as vantagens da cisão da área de operações da MEO”.

ZAP //

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