Durante uma viagem ao Hawaii, uma jovem de apenas 9 anos encontrou uma garrafa que foi lançada ao mar há mais de trinta anos. Esta continha uma mensagem que, posteriormente, acabou por revelar uma experiência científica.
Abbie Graham encontrou uma garrafa de vidro suja e cheia de lama quando estava a visitar o Paradise Park, no Hawaii. O que parecia ser uma simples garrafa acabou por se tornar em algo bastante misterioso.
Inicialmente, os pais da menina desvalorizaram o achado, mas Abbie rapidamente se apercebeu de que a garrafa poderia ter algo especial. Dentro da garrafa, encontrou cartas de uma escola secundária japonesa enviadas há mais de 37 anos.
As notas estavam incrivelmente intactas, tendo em conta que foram lançadas ao mar há mais de três décadas. Escritas em inglês, espanhol e japonês, as cartas pediam ao seu recetor para que, quando as encontrasse, respondesse ao clube de ciências da escola secundária de Choshi, na província de Chiba, a leste de Tóquio.
O pedido foi atendido no início deste mês, quando Graham reenviou as cartas para a escola, juntamente com um desenho que ela e a sua irmã fizeram.
“Os alunos ficaram maravilhados ao receber a carta de volta”, referiu Jun Hayashi, vice-diretor da escola, ao VICE.
Uma ex-integrante do clube de ciências contactada pela escola, Mayumi Kanda, agora com 54 anos, disse que ficou surpresa ao saber que a garrafa foi encontrada. “Trouxe-me de volta muitas memórias de quando eu era estudante. Estou muito grata à menina que encontrou a garrafa, à minha antiga escola por organizar este projeto e a todos os envolvidos”, destacou Kanda durante uma entrevista coletiva.
A descoberta não apenas ligou duas pessoas através do tempo e do espaço, mas também completou uma experiência, ainda que rudimentar, sobre o movimento das correntes oceânicas.
Na década de 80, os alunos da escola de Choshi colocaram 750 garrafas à deriva com a expectativa de que o Kuroshio, uma versão do Pacífico da Corrente do Golfo no Atlântico, as carregaria para o norte e o leste.
Nos 12 anos seguintes, 50 garrafas foram encontradas no Japão e além, incluindo nas Filipinas, China e Costa Oeste dos Estados Unidos.
Embora o envio das mensagens numa garrafa tenha resistido ao teste do tempo, deixar a correspondência à deriva no mar tem sido desencorajado por questões ambientais.
Vários especialistas têm vindo a alertar que lançar garrafas ao mar aumenta a poluição marinha, pois o vidro demora anos até que se parta. Por outro lado, as tampas das garrafas também podem ser perigosas para as aves marinhas, uma vez que podem encher os seus estômagos de plástico.