Entre 2015 e 2017, houve uma redução de mais de 23 mil senhorios a declarar rendimentos de arrendamentos de longa duração, segundo dados da Autoridade Tributária e Aduaneira.
Apesar da subida do preço das rendas, o número de senhorios que as declaram ao fisco diminuiu 4% em dois anos, avança o Diário de Notícias.
Em 2015, foram mais de 570 mil contribuintes a declarar rendimentos provenientes de rendas. Este ano, o número recuou para 546 770, uma redução de mais de 23 mil pessoas. Ainda assim, esta descida foi acompanhada por uma ligeira subida no valor declarado.
No IRS para 2017, relativo a rendimentos do ano anterior, foram declarados 3,05 mil milhões de euros em rendas, de acordo com os dados facultados pelas Finanças ao DN. Em 2005, este valor tinha sido de 3,01 mil milhões de euros – o primeiro ano em que este tipo de rendimentos passou a barreira dos três mil milhões de euros anuais.
Para explicar esta diminuição no número de contribuintes a declarar rendimentos provenientes de rendas, as associações de proprietários e de inquilinos encontram explicações na retirada das casas que vão ficando vagas, optando por dar-lhe outro destino, como o alojamento local ou por vendê-las.
O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Menezes Leitão, critica a excessiva carga fiscal e as alterações à Leia das Rendas, que fizeram com que o período de proteção dos inquilinos mais velhos e de menores recursos financeiros aumentasse.
“Neste momento os preços estão bons para vender, até acho que a subida está a ser demasiado rápida, e é natural que os senhorios aproveitem para vender“, explica Menezes Leitão ao DN.
Já Romão Lavadinho, presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses (AIL), culpa a colocação de casas no alojamento local e a subida do preço das rendas. “A descida da oferta de casas para arrendar é um facto”, afirma.
De acordo com o DN, dos 546 770 contribuintes com rendimentos de rendas, a maioria (309 636) optou pelo englobamento, apenas 237 134 preferiram ser tributados em IRS pela taxa autónoma de 28%.
Além disso, os dados de fonte oficial do Ministério das Finanças dão conta de uma subida de 11% no número de senhorios que está a passar recibos de renda eletrónicos. Mais de 42 mil face ao ano anterior.
