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“Menina de Napalm” foi premiada na Alemanha pelo seu trabalho pela paz

Kim Phuc, que ficou conhecida como a “Rapariga de Napalm” numa icónica fotografia de 1972 tirada depois de um bombardeamento na guerra do Vietname, recebeu, na Alemanha, um prémio de dez mil euros pelo seu trabalho pela paz.

Kim Phuc, atualmente com 55 anos e a viver no Canadá, foi distinguida com o Prémio Dresden, pela sua colaboração com a UNESCO, onde é embaixadora da Boa Vontade, pelo trabalho de apoio a crianças feridas em contexto de guerra, e por lutar contra a violência e o ódio.

O Prémio Dresden já foi atribuído, no passado, a figuras como o ex-líder soviético Mikhail Gorbachev e o ativista americano pelos direitos civis Tommie Smith.

Kim Phuc tinha nove anos quando a sua aldeia foi atingida por bombas de napalm – gasolina gelificada usada em bombas incendiárias -, lançadas por aviões do Vietname do Sul, que tinham o objetivo de atingir as tropas inimigas do Vietname do Norte.

A imagem de Kim, em criança, a fugir da aldeia, correndo pela estrada sem roupas, a chorar e com queimaduras no corpo, foi capturada pelo famoso fotógrafo Nick Ut, da Associated Press. A fotografia valeu ao seu autor um Prémio Pulitzer em 1973.

Ut, então com 21 anos, levou Phuc para o hospital, onde exigiu que os médicos a tratassem. “Eu chorei quando a vi a correr”, disse Ut em 2012, citado pelo The Guardian. “Se eu não a ajudasse, se algo acontecesse ou se ela morresse, acho que me suicidaria depois disso.”

Dias depois de a imagem chocar o mundo, outro jornalista descobriu que Phuc tinha sobrevivido. Christopher Wain, um jornalista da televisão britânica, lutou para que fosse transferida para uma unidade dos EUA equipada para lidar com os ferimentos graves.

“Eu não tinha ideia de onde estava ou o que tinha acontecido comigo”, disse Phuc. “Acordei e estava no hospital com muitas dores e as enfermeiras estavam em meu redor. Eu acordei com um medo terrível”.

Phuc tinha queimaduras de terceiro grau em 30% do corpo. Ela começou o tratamento das cicatrizes em 2015.

ZAP //

 

 

 

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