Mais um reforço para o Wolverhampton, mais um jogador português. A transferência de Fábio Silva e a importância de Jorge Mendes no clube analisadas no estrangeiro.
A contratação de Fábio Silva foi notícia para os lados do Wolverhampton porque foi o recorde na história do clube no mercado, no que diz respeito a compras de passes de futebolistas. Mas contratar um português não é propriamente uma notícia.
No plantel atual estão, para já, nove futebolistas lusos, metade deles habituais na seleção portuguesa: Rui Patricio, Rúben Vinagre, Rúben Neves, João Moutinho, Pedro Neto, Daniel Podence, Diogo Jota, Fábio Silva e Vítor Ferreira (que ainda não tinha sido cedido oficialmente quando estes dois artigos foram escritos). A estes nomes juntam-se Sílvio, Roderick Miranda, Ivan Cavaleiro, Hélder Costa, João Teixeira, Pedro Gonçalves e Bruno Jordão – jogadores que estão, ou estiveram recentemente, ligados ao clube inglês. Além do treinador Nuno Espírito Santo.
A armada lusa crescente originou um artigo de Gabby Barker, no portal Sports Finding, cujo título indica de imediato o seu foco: “A equipa portuguesa do Wolves de Mendes continua a crescer” – com referência ao empresário Jorge Mendes, cuja empresa Gestifute participa no capital do clube.
Barker lembra que Fábio Silva jogou poucas vezes pela equipa principal do FC Porto e reforça a importância da língua portuguesa no plantel dos Wolves: oito portugueses e apenas três ingleses. Além disso, várias equipas portuguesas da I Liga têm menos portugueses do que o Wolwerhampton.
A conclusão de Gabby Barker é que o Wolwerhampton transformou-se num “transporte requintado para todos os jogadores portugueses que querem tentar a sua sorte na Premier League”. E é uma “fórmula que funciona perfeitamente” para os portugueses, destaca.
Parceria? Ditadura? Relação?
Também no portal football365 aparece uma análise ao Wolwerhampton e às chegadas recentes de Fábio Silva e de Marçal, defesa que jogou em Portugal durante vários anos.
Aqui, Will Ford centra-se no número de jogadores que Nuno Espírito Santo tem à sua disposição: apenas 22. E quatro deles raramente jogam. “Mas é assim que o treinador quer e tem resultado, por isso, porquê mudar?”, questiona.
Neste artigo, Ford demonstra que não sabe ao certo como descrever a relação entre Jorge Mendes e o Wolverhampton: “A parceria/ditadura/relação/o que lhe quiserem chamar Mendes-Wolves tem sido incrivelmente benéfica para todos os envolvidos e continua a dar frutos. E tudo aponta para que Mendes continue a fazer um bom trabalho para a equipa”, avisa.
No entanto, fica a observação: “A influência de Jorge Mendes continua a ser desconfortável. A Fosun International, empresa proprietária do clube, assegura que o papel de Mendes é consultivo, mas a sua participação na sua empresa, além da presença no plantel de vários dos seus jogadores – incluindo o próprio treinador Nuno – significa que clube e agente estão tão entrelaçados que quase são um só”.
E ainda levanta-se a questão: “Se o Nuno Espírito Santo for despedido? Jorge Mendes levanta-se e vai embora?”.