Melão de Montreal. O “champanhe dos melões” está a reaparecer graças a monges

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Boston Public Library / Wikimedia

O afamado Melão de Montreal.

Outrora valiosos e apreciado mundialmente, o melão de Montreal desapareceu e está agora a voltar graças a um grupo de monges canadianos.

O melão de Montreal (Cucumis melo) é uma variedade de melão recentemente redescoberta e cultivada na área de Montreal, Quebec, Canadá.

Por volta de 1900, estes melões eram cultivados extensivamente nas terras férteis de Montreal. Famosos pelo seu rico sabor, foram exportados para muitas outras cidades.

Há um século, num restaurante de alto gabarito, uma fatia suculenta deste melão custava cerca de um dólar, o equivalente a 30 dólares nos dias de hoje. Era o “champanhe dos melões”, escreve o Atlas Obscura.

Um jornal de 1885 descreveu-o como “do maior tamanho… quase redondo, achatado em ambas as extremidades, e profundamente nervurado, casca verde, carne muito espessa e do melhor sabor”. Alguns dos melões pesavam quase 20 quilos.

A rainha de Inglaterra recebia um todos os anos, enviado diretamente de Montreal para Londres.

No entanto, em meados do século XX, caíram em desuso. À medida que a cidade cresceu e engoliu as terras agrícolas, esta variedade de melão foi quase perdida.

Pensava-se que estava extinta até ser redescoberta na década de 1990. Hoje em dia, o melão de Montreal está a desfrutar de um renascimento de popularidade. Tudo isto graças a um grupo de monges trapistas numa abadia não muito longe da cidade.

 

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A tarefa de encontrar sementes deste icónico melão não foi fácil. No entanto, um jornalista local conseguiu rastrear algumas na coleção do Departamento de Agricultura dos EUA em Ames, Iowa.

Ken Taylor, um agricultor orgânico ao largo da ilha de Montreal em Île Perrot foi o primeiro a plantá-las e a trazer o melão de volta. Mais tarde, Taylor passou sementes para agricultores e empresas, que por sua vez cultivaram-nas também.

Entretanto, Taylor cultivou os melões durante quatro ou cinco anos, vendendo-os para uma empresa local de entrega de alimentos e distribuindo sementes a quem quisesse.

Em 1912, o irmão Athanase Montour cruzou o melão Montreal com um melão banana para criar o melão Oka. Depois, quando a escola agrícola foi entregue a uma universidade, o melão Oka ficou esquecido.

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O renascido melão Oka.

Em 2014, os monges voltaram a plantar as sementes e os melões Oka cresceram como outrora. Agora cultivam cerca de 40 melões por ano, os quais alimentam os 18 monges restantes na abadia.

“O importante é que é uma tradição”, diz o monge Bruno-Marie Fortin. “Os monges eram professores de agricultura. Eles escreveram vários livros sobre agricultura, mas essa ligação foi deixada. Mas ao reintroduzir o melão Oka, encontramo-nos a recriar, um pouco, o vínculo com o nosso passado agrícola”.

Daniel Costa, ZAP //

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