Medusas com 500 milhões de anos podem ser a chave para os órgãos criados em laboratório

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Os cientistas desenvolveram um biomaterial baseado no colagéneo das medusas que promove a regeneração dos tecidos e pode vir a ser usado para criar órgãos humanos para transplantes.

Investigadores do Laboratório Nacional de Física (NPL) do Reino Unido, em colaboração com a empresa de biotecnologia Jellagen Ltd, exploraram o potencial do colagéneo das medusas, revelando as suas possíveis aplicações revolucionárias na medicina.

Um novo estudo publicado na Materials Today Bio apresenta argumentos convincentes para o uso do colagéneo das medusas no suporte a várias células humanas e funções biológicas especializadas.

A jornada da Jellagen começou com a compreensão de que a maioria das células do corpo humano requer suporte físico para reprodução, comunicação e formação de tecidos. As matrizes extracelulares (ECMs), redes de proteínas que atuam como andaimes, são essenciais no desenvolvimento de tecidos.

Em busca de um material ideal para simular essa característica de andaime, a Jellagen desenvolveu um biomaterial baseado no colagéneo das medusas, uma matriz com mais de 500 milhões de anos, refere o Interesting Engineering.

Denominada como Matriz Extracelular (ECM) Tipo 0, o colagéneo de medusa assemelha-se a matrizes encontradas numa ampla gama de animais, ganhando estatudo de precursor original de todos os outros tipos de matriz.

As medusas evoluíram há entre 500 e 700 milhões de anos e oferecem uma visão sobre as origens antigas do material à base de colagéneo no cerne desta pesquisa inovadora. Composta por três camadas — epiderme, mesogleia e gastroderme —, a mesogleia das medusas, rica em água e proteínas fibrosas como o colagéneo, é a chave para o ECM Tipo 0.

Neste estudo, os investigadores do NPL e da Jellagen exploraram a matriz extracelular à base do colagéneo da medusa barril (Rhizostoma pulmo), nomeando o seu produto como JellaGel.

A esperança é que esta estrutura de hidrogel, derivada do colagéneo de medusa, possa servir como um andaime natural e eficaz, promovendo a regeneração de tecidos e apoiando a produção de órgãos humanos em laboratório.

As equipas identificaram condições ótimas para a fabricação de produtos biomateriais de alto valor para aplicações na área de saúde. As suas descobertas destacam a versatilidade do JellaGel e posicionam-no como um potencial produto revolucionário no campo da pesquisa médica.

ZAP //

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