Medidas simples podiam evitar 750 mil mortes por ano

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Medidas básicas como a higienização das mãos, a limpeza e esterilização regulares do equipamento das instalações de cuidados de saúde, o aumento do acesso a água potável, um saneamento eficaz e a implementação de vacinas pediátricas podem evitar inúmeras mortes causadas por bactérias.

Atualmente, estima-se que haja 7,7 milhões de mortes causadas por infeções bacterianas — cerca de 1 em cada 8 de todas as mortes a nível mundial, o que faz das infeções bacterianas a maior causa de morte a nível mundial.

Das mortes associadas ao problema, cerca de cinco milhões estão associadas a bactérias resistentes aos antibióticos.

Num novo estudo, publicado a semana passada na The Lancet, os investigadores salientaram a forma como a melhoria e a expansão dos métodos existentes de prevenção de infeções poderiam evitar milhares de mortes relacionadas com a resistência bacteriana aos antibióticos.

“Precisamos de repensar completamente a forma como abordamos a descoberta e o desenvolvimento de novos antibióticos, com foco na inovação, acessibilidade e disponibilidade sustentável“, afirma a coautora do estudo Ursula Theuretzbacher.

O número crescente de infeções bacterianas que já não respondem a nenhum antibiótico disponível indica uma necessidade urgente de investir em novos antibióticos, vacinas e testes de rastreio.

“Os antibióticos eficazes prolongam a vida, reduzem as incapacidades, limitam os custos dos cuidados de saúde e permitem outras ações médicas que salvam vidas, como a cirurgia”, salienta o coautor do estudo Iruka Okeke em comunicado ao EurekAlert!.

“No entanto, a resistência antimicrobiana está a aumentar, ameaçando a espinha dorsal e provocando mortes e doenças que poderiam teriam sido evitadas”, acrescenta o investigador.

O modelo tradicional de desenvolvimento de medicamentos orientado para o lucro está a falhar no caso dos antibióticos, uma vez que a maior parte dos novos antibióticos não são registados nos países de rendimento baixo e médio e continuam a ser inacessíveis mesmo quando o são.

Os autores defendem novos modelos de desenvolvimento de antibióticos com financiamento público baseados em parcerias público-privadas para aumentar a disponibilidade de novos tratamentos e reduzir os custos diretos dos pacientes, melhorando a acessibilidade.

Definiram ainda objetivos globais para 2030, que devem ser adotados num quadro de acesso universal aos antibióticos.

Soraia Ferreira, ZAP //

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