O Santander Portugal avançou esta quarta-feira com um programa de “rescisões unilaterais, nos termos da lei”, tendo informado os sindicatos sobre esta “medida de último recurso”.
De acordo com o Observador, a entidade bancária avançou que esta medida se justifica pelo facto de o plano de saídas por mútuo acordo e reformas antecipadas não estarem a criar a poupança necessária para “assegurar a solidez do banco e a sustentabilidade para os demais trabalhadores”.
Num vídeo enviado aos trabalhadores, o presidente-executivo Pedro Castro e Almeida disse que só em junho poderá ser determinado o número de pessoas a sair por via “unilateral”.
Esta quarta-feira, foi noticiado que o Santander acordou a saída de 68 trabalhadores no primeiro trimestre – prevendo eliminar mais 100 a 150 postos -, no mesmo dia em que anunciou uma quebra de mais de 70% nos resultados do primeiro trimestre, separando quase 165 milhões de euros para suportar o “plano de transformação”.
O responsável disse que “dificilmente” as saídas voluntárias serão suficientes para atingir a meta, apontando a baixa rentabilidade a nível europeu, as taxas de juro baixas e a mudança dos “comportamentos” dos clientes, tendo o banco que investir na modernização tecnológica “em detrimento da presença física”. “Sem essa adaptação, perderemos todos os dias terreno para os nossos concorrentes, que não são apenas os bancos”, afirmou.
Os sindicatos reagiram, apontando que a administração Santander Totta lhes “assegurou que só haveria saídas do banco por acordo com os trabalhadores”. “O Mais, o SBN e o SBC não permitirão ameaças e recorrerão a todos os meios legais e outros para proteger os trabalhadores”, indicaram em comunicado conjunto.
“Os Sindicatos querem acreditar que o Santander saberá e quererá manter a paz social e tratar os trabalhadores com justiça e dignidade. Se é hoje um grande banco, aos seus trabalhadores o deve. Se o banco adotar qualquer outro procedimento, o Mais, o SBN e o SBC recorrerão a todos os meios legais e outros para proteger os trabalhadores. Que não fiquem dúvidas”, lê-se no documento.