A barbicha da famosa máscara mortuária do faraó Tutankhamon ter-se-á partido acidentalmente e foi restaurada com supercola, deixando marcas visíveis. O Museu Egípcio, no Cairo, nega o incidente, afirmando tratar-se de uma medida de conservação.
A barba da máscara mortuária de Tutankhamon ter-se-á partido por descuido durante uma rotineira operação de manutenção. Segundo relatos de trabalhadores do Museu Egípcio, no Cairo, as ordens foram para que a máscara fosse rapidamente reparada. Arranjada à pressa com um tipo de supercola, o pedaço ficou mal colado e, na tentativa de raspar a cola com uma espátula depois de seca, a máscara ficou riscada.
Foi assim que o artefacto de mais de três mil anos, possivelmente o mais icónico dos tesouros conservados no Museu Egípcio do Cairo, ficou permanentemente danificado, com um remendo visível: entre o queixo do faraó e a barba nota-se agora uma substância translúcida e amarelada.
Um conservador do museu que não quis identificar-se, alegando que receava ser despedido, descreve que “o que aconteceu foi que uma noite, quando tentavam arranjar a luz da vitrina, pegaram mal na máscara e a barba quebrou-se”. O funcionário anónimo descreve que “tentaram arranjar a máscara durante a noite com o material errado, mas não ficou bem colada e voltaram a colá-la na manhã seguinte, muito cedo”.
O problema, conclui, foi terem querido restaurar máscara “em meia hora, quando precisavam de dias”.
De acordo com fontes do Huffington Post, o incidente terá acontecido em outubro. Segundo o jornal árabe Al Araby Al Jadeed, citado pelo site, a luz da sala onde a máscara está exposta tem agora menos intensidade, de forma a tentar esconder o defeito.
Um conservador, citado pela Sky News, explica que “infelizmente o trabalhador utilizou um material extremamente irreversível. Epóxi tem propriedades muito fortes para colar e é utilizado em metal ou pedra, mas penso que não era apropriado para um objeto magnífico como a máscara dourada de Tutankhamon”.
O atual diretor do Museu do Cairo, Mahmoud el-Halwagy, no entanto, garante que a barba nunca se quebrou e que nada aconteceu à máscara de Tutankhamon desde que ele próprio iniciou o seu mandato em outubro. O responsável não nega que o objeto tenha sofrido uma intervenção e reconhece que já tinha reparado nas marcas deixadas, mas diz que não se tratou de um arranjo – foi, antes, de uma espécie de medida preventiva.
Mahmoud el-Halwagy alega que “muito antes” de ter assumido funções como diretor os conservadores do Museu do Cairo decidiram reforçar a barba com uma substância adesiva, devidamente autorizada pelo ministério egípcio das Antiguidades. “O problema é que é muito visível”, reconhece o diretor.
ZAP