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Atletas denunciam más condições no Jamor. Baratas são “alemãs”, não fazem mal

Centro Desportivo Nacional do Jamor

Residência do Centro de Treinos de Alto Rendimento do Jamor.

Baratas, percevejos e más condições de higiene. Atletas que residem no Centro de Alto Rendimento do Jamor, em Oeiras, queixam-se dos problemas do local. 

As alegadas más condições do Centro de Alto Rendimento do Jamor são desvalorizadas pelo presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Vítor Pataco, que fala de um “lamentável alarme social” que “é desnecessário, injustificado” e incompreensível.

Há rumores de uma alegada intoxicação alimentar e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) inspeccionou o espaço depois de uma “denúncia anónima”. Essa visita levou a um processo de contra-ordenação por falta de higiene no refeitório do complexo, como noticiou o Público.

Pataco diz desconhecer o resultado da inspecção da ASAE, mas salienta que os rumores foram iniciados “em 20 de Dezembro pelo presidente do Sport Algés e Dafundo, misturando vários assuntos, todos distintos, e que não têm relação uns com os outros”.

O presidente do IPDJ também garante que accionou o protocolo de segurança para que o laboratório que faz o controlo das refeições investigasse a situação. “Não foi servida nenhuma refeição relacionada com a eventual intoxicação“, assegura.

“Baratas alemãs nem prejudicam a saúde”

Sobre as baratas, Pataco admite o “avistamento”, frisando que foram feitas nove desinfestações e que a situação “nada tem a ver com a questão da alimentação”.

Em declarações à TSF, o presidente do IPDJ tinha justificado a infestação no Jamor com o facto de o Centro de Alto Rendimento estar “integrado na natureza”.

Tinha também dito que são “baratas alemãs” que, “aparentemente, nem prejudicam a saúde humana“.

Pataco notou ainda que os percevejos foram uma “situação isolada” a um único quarto. O espaço foi desinfestado e o atleta visado deslocado para outra habitação, tal como os atletas dos quartos ao lado, segundo o responsável.

O Centro de Alto Rendimento do Jamor acolhe 70 desportistas, incluindo o nadador Diogo Ribeiro que é visto como o “Michael Phelps português” e que é uma das grandes promessas de Portugal para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Pataco garante aos desportistas e aos seus pais, bem como aos técnicos e demais envolvidos, que podem estar “tranquilos e seguros” quanto às condições do Centro do Jamor – até porque o IPDJ é o primeiro organismo a ter interesse em providenciar aos “melhores atletas de Portugal” condições de excelência, sublinha.

Na quinta-feira, o responsável governamental vai promover uma reunião com pais e atletas, garantindo que estes assuntos serão tratados “com total transparência”.

Numa outra reunião ocorrida nesta segunda-feira, no âmbito do Conselho Nacional do Desporto, Pataco nota que teve a oportunidade de esclarecer os diversos parceiros que tutelam distintas associações, federações e organismos sobre a matéria, assegurando que ficaram “tranquilos e vão acompanhar a situação”.

“Tem de existir responsabilidade política”

O presidente da Confederação do Desporto de Portugal (CDP), Daniel Monteiro, pede “responsabilidade política na situação”, salientando que “é um problema grave, que tem de ser resolvido”, conforme declarações ao Público.

“Não podemos meter a cabeça debaixo da areia para fingir que nada aconteceu. Não é um problema só de baratas. É um problema de intoxicações alimentares“, destaca Daniel Monteiro.

Este responsável também sublinha que é “importante perceber quantos atletas existiam” no Centro do Jamor em 2014 “e quantos existem em 2024”. “As condições foram-se degradando e isso levou a que os atletas continuassem apenas porque não têm outra alternativa”, conclui.

ZAP // Lusa

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