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“Seria uma catástrofe”. Marinha portuguesa teme ataque russo aos cabos submarinos

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José Sena Foulão / Lusa

O chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo

Passam pelos cabos submarinos nas águas portuguesas até 15% das comunicações de todo o mundo e há receios de que a Rússia possa planear um ataque.

Caso se comprove que os ataques ao gasoduto NordStream tiveram dedo ocidental, a Rússia não vai hesitar em “destruir os cabos de comunicação submarinos dos inimigos”. A ameaça partiu do vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, Dmitry Medvedev, e pode ter a costa portuguesa na mira, por onde passam 10% a 15% das comunicações de todo o mundo.

O próprio chefe do Estado Maior da Armada já alertou para este risco, afirmando que há navios russos a passar pela costa portuguesa para recolherem informações sobre os cabos submarinos.

Estes cabos são essenciais para quase 100% das comunicações feitas globalmente, sendo precisos para termos acesso à internet e para as transições financairas nos mercados. Um ataque poderia ser devastador, deixando os hospitais sem conseguirem operar e as economias completamente paradas. A dependência de Portugal destes cabos deve ainda intensificar-se com a a instalação do 5G.

Sandra Medeiros, especialista em Relações Internacionais e autora do relatório “Cabos submarinos e segurança cibernética no Atlântico”, avisa sobre a importância estratégica que a Zona Económica Exclusiva nacional tem nests questão. “Um ataque a uma plataforma de petróleo atinge apenas a plataforma ou a base de produção. O ataque a uma infraestrutura crítica como um cabo submarino pode atingir outras infraestruturas em cadeia. Há um efeito dominó, que existe por causa da digitalização”, explica à CNN Portugal.

O director de Cibersegurança da agap2IT, Marcelo Martins, realça que um ataque generalizado pode inviabilizar os planos de contingência. “Pode deixar de ter Internet e afeta gravemente os serviços, porque o grande volume de informação vem dos cabos submarinos. Um ataque deste género seria uma catástrofe, teríamos uma forma muito rápida de tornar uma nação surda e muda, porque não poderia receber ou enviar dados”, frisa.

Este perigo já foi discutido no Parlamento Europeu, mas o diálogo ainda não deu frutos nem leis concretas de cooperação europeia neste ramo. “Há uma diretiva de 2008 que estabelece um compromisso sobre as infraestruturas críticas de energia e transporte. Pensa-se no transporte como bens e pessoas, mas não se tem o entendimento sobre o transporte de dados”, afirma Sandra Medeiros.

Existem vários acordos sobre a proteção dos cabos submarinos, mas ou estão desajustados à realidade atual ou não definem o que fazer em caso de ataque.

Com o Brexit, a Península Ibérica assumiu um papel ainda mais importante para as comunicações europeias. “É um território pequeno, mas com um nível de responsabilidade em relação a todo o tráfego de dados e de fluxos de dinheiro na Europa que é totalmente desproporcional“, refere a especialista, que apela a um maior apoio da União Europeia nesta temática.

ZAP //

11 Comments

  1. Se Portugal deixasse a Rússia em paz. é natural que a Rússia nos deixasse em paz. Mas se agredimos a Rússia podemos recear que a Rússia nos agrida…

    • Se Putin deixa-se a Ucrânia en Paz e por extensão o Ocidente , não seria sancionado com coisa alguma ! . Mas que esperar de um Psicopata que ameaça tudo e todos e que nem para o seu próprio Povo é bom ?

  2. Porque é que sempre que se fala em Russos saltam logo para aa frente aqueles mentecaptos quer resolvem todas as questões com um sonante: – Ó Comuna!?!?!?! Porque é que não vais viver para a Rússia??. Já que gostas tanto deles.

    Este formato infantil, mas extremamente eficaz, está presente nas mentes de 80% das pessoas.
    Não acham isso estranho?
    É que, aposto que, pelo menos 80% dos portugueses não tem qualquer razão para não gostar de Russos.
    Para começar, por não conhecerem ou terem tido contacto com qualquer Russo (malvado);
    Porque , mais de 80%, não fazem ideia em que fenómenos políticos os Russos estão envolvidos;
    Porque, mesmo que os conhecessem, mais de 80% não tinha condições para os compreender;

    Mas, mesmo assim, 80% estão sempre prontos para dizer mal desses malditos Russos que fazem mal aos ucranianos e que dantes comiam criancinhas ao pequeno almoço. (perguntem ao Sr. Padre que ele confirma)

    Coitadinhos,…

    Daqui fala alguém que não é do PCP. Não é comunista nem nada que aponte nessa direcção. Que não conhece Russos (para além de contactos ocasionais nos serviços).
    Só para que os anormais do costume não comecem já com diarreias mentais.

    • Tu andas muito baralhado da cabeça. Ninguém tem rigorosamente nada contra o fantástico povo russo até porque ele também é vítima do regime de Putin. Quem lhes dera ter possibilidades de acabar com o regime. O ocidente e o povo russo têm tudo em comum. Outra coisa bem diferente é o regime de Putin e o PCP português.

  3. Não dêem ideias, que os amigos do rapaz da camisola verde aproveitam já… Depois deitam a culpa aos outros e o Ocidente aproveita.
    Este “negócio” só termina quando já não for negócio.
    No meio disto tudo, quem sofre são as populações civis.

  4. Mandem todas as armas e todo o dinheiro para a Ucrânia. É o melhor investimento para as próximas décadas. Se assim não for, preparem os vossos filhos para combaterem no futuro.

  5. Ué?! Tá tudo doido???
    Acham que o Putin algum dia terá coragem de se meter com Portugal???!!!
    Ele pode ser meio maluco mas, sabe que Portugal tem um Presidente da Assembleia de Respública que certamente malhará nele!!!
    Para além no nosso PM e seus antepassados Indianos… logo ali ao lado deles…
    Toda a gente sabe que se, a Rússia, algum dia atacar Portugal, começará pelos… Pasteis de Belém!!!

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