Marine Le Pen recusa prestar declarações sobre empregos fictícios

Remi Noyon / Flickr

Marine Le Pen

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A líder da extrema-direita francesa e candidata presidencial, Marine Le Pen, recusou esta sexta-feira prestar declarações à polícia no âmbito da investigação em curso sobre o uso indevido de fundos do Parlamento Europeu e a criação de empregos fictícios.

Marine Le Pen, que surge como uma das favoritas da corrida presidencial, disse hoje à agência noticiosa francesa AFP que recusa ser interrogada por investigadores da unidade anti-corrupção durante a campanha eleitoral.

A líder da Frente Nacional foi convocada na quarta-feira para ser ouvida pelos investigadores, mas, como também confirmaram fontes próximas do inquérito, a eurodeputada recusou ir.

“Como durante as eleições regionais, não vou responder durante uma campanha eleitoral. Este período não permite nem a neutralidade nem a serenidade necessária para que o sistema judicial funcione adequadamente”, explicou Le Pen.

O advogado da candidata, Rodolphe Bosselut, afirmou estar surpreendido pela “súbita precipitação” da investigação.

O inquérito está relacionado com suspeitas de que membros da Frente Nacional enganaram o Parlamento Europeu em várias centenas de milhares de euros utilizando assistentes parlamentares europeus nas atividades políticas do partido.

Na quarta-feira, a chefe de gabinete da líder da extrema-direita francesa, Catherine Griset, foi formalmente acusada de abuso de confiança no âmbito das suspeitas de que a Frente Nacional terá lesado o Parlamento Europeu em cerca de 340 mil euros.

Marine Le Pen recusou as acusações de que teria quebrado as regras do uso de fundos parlamentares para pagar Catherine Griset, bem como o guarda-costas Thierry Legier para empregos em França e não para o Parlamento Europeu.

Griset e Legier foram, na quarta-feira, interrogados pela polícia anticorrupção, mas o guarda-costas não foi acusado.

A política, que assumiu a promessa de convocar um referendo sobre a presença francesa na União Europeia (UE) caso seja eleita, qualificou esta investigação como uma vingança.

Marine Le Pen não é a única candidata presidencial a enfrentar acusações sobre “empregos fictícios”. O rival conservador François Fillon é suspeito de desvio de fundos públicos por ter alegadamente criado empregos fictícios para a mulher e dois filhos.

As sondagens mais recentes mostram que Marine Le Pen é a grande favorita da primeira volta das presidenciais francesas, mas que seria ultrapassada, na segunda volta, por Fillon ou pelo candidato independente Emmanuel Macron.

A primeira volta das presidenciais de França realiza-se a 23 de abril e a segunda a 7 de maio.

// Lusa

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