Marine Le Pen deixou Parlamento Europeu com “calote” de 300 mil euros

Wael Hamzeh / EPA

Marine Le Pen em visita ao Líbano

Marine Le Pen em visita ao Líbano

Marine Le Pen saiu do Parlamento Europeu para tomar o seu lugar de deputada na Assembleia Nacional francesa e para trás deixou uma “conta” de mais de 300 mil euros por pagar, no âmbito do caso dos alegados empregos fictícios.

Estão em causa verbas pagas pelo Parlamento Europeu relativamente ao trabalho de dois assistentes de Le Pen, Catherine Griset e Thierry Légier.

O organismo anti-fraude da União Europeia, o OLAF, concluiu que se tratou de uma situação fraudulenta e apontou que Le Pen teria que devolver cerca de 340 mil euros da verba alegadamente recebida de forma indevida.

Mas até à data, a presidente da Frente Nacional (FN) devolveu apenas 39 mil euros, conforme adianta o jornal Le Monde, notando que esse dinheiro foi retido dos subsídios e de outras remunerações, nomeadamente despesas gerais e ajudas de custo, a que a eurodeputada teve direito.

Mas agora, com a sua demissão do Parlamento Europeu e regresso à vida política francesa, essa retenção deixa de poder ser feita e, na prática, Le Pen deixa a “conta” por pagar.

Parlamento Europeu lesado em 5 milhões de euros

O Le Monde nota que Le Pen ainda pode solicitar o pagamento de subsídios transitórios a que tem direito, como todos os eurodeputados de saída do Parlamento Europeu. As autoridades europeias podem assim, esperar recuperar parte do valor, através da retenção de uma quantia daquela verba, mas ainda ficarão por receber vários milhares de euros.

A presidente da FN já foi indiciada por abuso de confiança no inquérito que decorre em França, no âmbito destes alegados empregos fictícios, e que investiga também os eventuais crimes de “fraude organizada” e de “trabalho dissimulado”.

Além de Le Pen, estão envolvidos no caso outros 17 eurodeputados da FN que são suspeitos de terem dado empregos fictícios a cerca de 40 assistentes, recebendo verbas do Parlamento Europeu quando, efectivamente, essas pessoas se terão dedicado, exclusivamente, a funções no partido de extrema direita.

O Le Monde fala de um prejuízo global da ordem dos 5 milhões de euros.

ZAP //

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