Manifestantes derrubam e incendeiam estátua de Hugo Chávez

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Estudantes venezuelanos derrubaram e incendiaram esta sexta-feira, na localidade Villa del Rosário, 790 quilómetros a oeste de Caracas, uma estátua do falecido presidente e promotor da revolução bolivariana Hugo Chávez, que presidiu ao país entre 1999 e 2013,

Segundo o presidente do Instituto Municipal do Ambiente, Orlando Finol, enquanto os estudantes derrubavam a estátua do falecido líder socialista, um grupo de manifestantes opositores queimaram uma portagem e teriam ainda causado danos materiais ao edifício da Câmara Municipal de Villa del Rosário e aos escritórios de um notário público.

Os opositores protestavam contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, junto da portagem, quando a Guarda Nacional Bolivariana, a polícia militar venezuelana, interveio e reprimiu os manifestantes, que se deslocaram para o centro da povoação, onde mais tarde ocorreram os factos.

Teria sido durante o ataque ao edifício da Câmara Municipal de Villa del Rosário, que “um grupo de estudantes do Liceu Júlio César Salar, aproveitou a situação para derrubar e queimar a estátua do comandante Hugo Chávez” e causar ainda danos na praça onde estava colocada.

Um vídeo divulgado através das redes sociais dá conta do momento em que várias pessoas atiram a estátua para o chão, destruindo-a e pegando-lhe fogo.

Segundo Bianneris Blanco, diretora do gabinete do alcaide Olegário Martínez, foram ainda subtraídos equipamentos e materiais da câmara municipal.

Governo português em contacto permanente

A situação na Venezuela é muito grave e o Governo português tem mantido contacto permanente com as autoridades venezuelanas, a comunidade portuguesa e os serviços diplomáticos acompanhando a situação, disse o secretário de Estado das Comunidades.

“A situação social, económica e política na Venezuela é muito grave”, declarou à Lusa José Luís Carneiro, por telefone, a partir da Alemanha.

“A nossa grande preocupação neste momento é o de manter contactos permanentes quer com as autoridades venezuelanas, quer com os serviços consulares e diplomáticos, quer com o movimento associativo (para acompanhar a situação no país)”, referiu ainda o secretário de Estado.

Pelo menos 37 pessoas morreram e 717 ficaram feridas nos protestos que estão a decorrer, desde abril, na Venezuela, informou o Ministério Público venezuelano.

As autoridades detiveram “152 pessoas”, na sequência das manifestações contra o Governo da Venezuela, acrescentou em comunicado, precisando que os registos foram atualizados até quinta-feira.

O Ministério Público venezuelano indicou que entre as vítimas mortais contam-se quatro adolescentes, um funcionário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) e outro da polícia do Estado de Carabobo.

Os feridos “ascendem a 717 pessoas, das quais 357 foram reportadas por factos relacionados com delitos comuns, 329 por direitos fundamentais e 31 por proteção integral à família”, referiu a mesma fonte.

Pelo menos uma dezena de estabelecimentos comerciais de portugueses foram saqueados desde terça-feira na Venezuela, em vários bairros da cidade de Valência. A imprensa local dá conta de que desde 02 de maio último na cidade de Valência, pelo menos 60 estabelecimentos comerciais foram saqueados.

“Os relatos que temos dos acontecimentos de hoje dizem-nos que as autoridades venezuelanas ajudaram alguns dos comerciantes portugueses a reabrirem os seus estabelecimentos”, afirmou José Luís Carneiro.

“Trata-se de uma comunidade  que consta com 160 mil inscritos nos serviços consulares. Nós calculámos que sejam 200 mil portugueses e depois com os lusodescendentes, fala-se em cerca de 500 mil a um milhão. Não há números muito rigorosos, temos apenas uma estimativa”, referiu Carneiro.

// Lusa

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