O rover Perseverance, da NASA, encontrou estranhas manchas verdes em rochas marcianas, um sinal de uma possível interação com água líquida.
O Perseverance, da agência espacial norte-americana, tem explorado ambientes antigos, recolhendo amostras e investigado se Marte pode ter sustentado vida microbiana no passado.
Recentemente, o rover captou uma imagem da mancha de abrasão da crista Malgosa, num local chamado “Serpentine Rapids”, que revelou manchas brancas, pretas e, surpreendentemente, esverdeadas no interior da rocha.
Apesar de os cientistas desconhecerem a composição exata destas rochas, a descoberta deixou-os animados com o que o Perseverance poderá encontrar no futuro.
Segundo o Live Science, para conseguir estas imagens do interior da rocha, Perseverance fez uma mancha de abrasão num afloramento rochoso chamado “Wallace Butte”.
A mancha de abrasão media cinco centímetros de diâmetro e a grande mancha verde tem aproximadamente dois milímetros de diâmetro.
A fotografia, captada com os instrumentos SHERLOC (Scanning Habitable Environments with Raman & Luminescence for Organics and Chemicals) e WATSON (Wide Angle Topographic Sensor for Operations and Engineering) do rover marciano, foi tirada da 19 de agosto, no dia marciano 1.243 da missão Mars 2020.
Na Terra, este tipo de rochas, parecidas com as rochas vermelhas marcianas, obtêm a sua cor do ferro oxidado, o mesmo tipo de ferro que torna o nosso sangue vermelho. Os pontos verdes da nova imagem também são comuns em rochas vermelhas na Terra e são formados quando a água líquida penetra no sedimento antes de endurecer em rocha.
Este processo suporta uma reação química que transforma o ferro oxidado na sua forma reduzida, criando uma tonalidade verde na rocha.
Os micróbios costumam desempenhar um papel neste processo na Terra, mas a matéria orgânica em decomposição também pode criar as condições certas para a reação de redução. A interação química entre o enxofre e o ferro também pode facilitar as reações de redução de ferro sem a ajuda de microrganismos.