Num mundo pós-dinossauros, os mamíferos pré-históricos preferiram o músculo ao cérebro

Heinrich Harder / Wikimedia

Ao contrário do que se pensava, os corpos dos mamíferos cresceram mais nos anos depois da extinção dos dinossauros do que os seus cérebros.

Um novo estudo publicado na revista Science descobriu que nos primeiros 10 milhões de anos a seguir à extinção dos dinossauros, os mamíferos desenvolveram corpos maiores para conseguirem lidar com as mudanças radicais que estavam a acontecer na Terra.

A equipa fez tomografias computadorizadas a uma coleção de crânios completos e esqueletos de mamíferos que viveram imediatamente a seguir à extinção em massa de dinossauros descobertos em terrenos ermos no noroeste do estado norte-americano do Novo México, escreve o Science Focus.

Anteriormente acredita-se que a proporção do tamanho dos cérebros dos mamíferos em relação aos seus corpos tinha aumentado depois do choque do asteróide que levou à extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos.

A teoria baseia-se na crença de que os cérebros maiores permitiriam aos mamíferos pré-históricos aproveitarem-se de novas oportunidades que surgissem com a morte dos dinossauros.

No entanto, a nova pesquisa mostra que o tamanho relativo dos cérebros, na verdade, diminuiu, devido ao crescimento rápidos dos corpos dos mamíferos nesta altura. os resultados das tomografias sugerem que os animais também dependiam muito do olfato e que a visão e os outros sentidos eram bastante menos desenvolvidos.

“A manutenção dos cérebros grandes é custosa e, se não for necessária para a aquisição de recursos, provavelmente seria prejudicial para a sobrevivência dos primeiros mamíferos placentários no caos depois do impacto do asteróide”, afirma a investigadora Ornella Bertrand.

cerca de 10 milhões de anos depois da extinção dos dinossauros é que os primeiros membros dos grupos de mamíferos modernos, como os primatas, é que começaram a desenvolver cérebros maiores e sentidos mais apurados.

“Os mamíferos que usurparam os dinossauros eram pouco inteligentes e só milhões anos mais tarde é que muitos tipos de mamíferos desenvolveram cérebros maiores, já que estavam a competir uns com os outros na formação de novos ecossistemas”, remata o autor Steve Brusatte.

ZAP //

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