Mais de um terço dos jovens portugueses com 13 anos já bebeu álcool. Consumo das raparigas já iguala o dos rapazes

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As diferenças entre os sexos têm diminuindo e nota-se ainda um elevado consumo entre os mais jovens em Portugal, algo que contraria a tendência europeia.

Segundo escreve o Público, o consumo de bebias alcoólicas entre os adolescentes em Portugal com mais de 13 anos estabilizou nos últimos anos, mas os valores ainda ficam aquém quando comparados com as médias na Europa.

Os dados são do “Relatório anual 2020 – A Situação do País em Matéria de Álcool”, que foi publicado esta quarta-feira no site do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Adictivos e nas Dependências (SICAD) e que compila as conclusões de vários estudos.

O inquérito inquérito anual Comportamentos Adictivos aos 18 anos, relativo a 2019, destaca a “tendência de aumento gradual e contínuo entre 2015 e 2018 do consumo recente e actual, e do consumo binge e da embriaguez”.

O consumo binge refere-se a cinco ou mais bebidas para as raparigas e seis ou mais para os rapazes e a embriaguez define-se por deixar a pessoa a cambalear, com dificuldade em falar e sem memória do que lhe aconteceu.

Os dados de 2019 mostram ainda que o consumo ao longo da vida nos alunos dos 13 aos 18 anos foi de 68%. Já os números actuais mostram que a percentagem desce para os 59% e 38%, respectivamente. O consumo de álcool também aumenta com a idade, chegando aos 90% nos alunos com 18 anos.

Manuel Cardoso, subdirector geral do SICAD, revela ainda que “aos 13 anos 35% dos jovens já tinham bebido qualquer bebida alcoólica” e considera que o consumo nestas idades é sempre “extremamente alto”.

As diferentes entre os sexos têm vindo a diminuir “tanto no consumo recente, como na embriaguez e binge, sendo de notar em 2019, já a superioridade da embriaguez nas raparigas”, nota o relatório anual de 2020. A prevalência do consumo entre as raparigas também passou de 66% em 2015 para 69% em 2019, igualando os números dos rapazes.

O especialista do SICAD considera que “quase todos os indicadores deste relatório são negativos” porque o consumo per capita em Portugal está a aumentar, contrariando a tendência do resto da União Europeia.

Manuel Cardoso considera que a pandemia acentuou ainda mais as diferenças entre quem consome mais álcool e quem sé bebe em situações esporádicas, já que 42% dos portugueses afirmam que reduziram o consumo. Quem só bebia quando estava com os amigos “provavelmente consumiu menos ou deixou de consumir”, mas quem já tinha o hábito de beber, passou a consumir mais frequentemente em casa.

ZAP //

2 Comments

  1. Descobriram a pólvora. Já há 20 anos atrás que jovens de 12 e 13 anos iam para a nightdo porto, e se metiam nas bebidas. Davam a desculpa que iam passar a noite a casa de amigos e iam para a farra. Isto já é uma história antiga.

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