Maioria das crianças chega tranquila à vacina mas houve lágrimas, gritos e pipocas

Manuel Fernando Araújo / LUSA

Inicio do processo de vacinação de crianças

Inicio do processo de vacinação de crianças, no centro de vacinação no Pavilhão Multiusos de Gondomar, 18 Dezembro 2021

Anúncio feito no final da manhã pelo secretário de Estado da Saúde Lacerda Sales, de que a vacinação estaria disponível mesmo para crianças sem agendamento, parece ter sido determinante para alguns pais que optaram por recorrer aos centros. 

A maioria das crianças que chegaram esta tarde ao centro de vacinação de Gondomar chegavam de mão dada com os pais, serenas e bem informadas sobre os benefícios da vacina, mas também houve lágrimas e gritos de medo de agulhas. Pipocas e pais Natal serviram de calmantes para os nervos.

Constança Queirós, 9 anos, tem medo de agulhas e apesar de ter sido bem preparada em casa pelos pais sobre as vantagens da vacina contra a covid-19 para a sua proteção e da comunidade, a ansiedade tomou conta da menina de trancinha da cor das amêndoas e olhos esverdeados.

Chorou. Gritou muito alto. Quis fugir da box e dos enfermeiros. Disse ao pai que a estava a apertar demais quando foi obrigada a dar o braço para a vacina. Esbracejou e quis fugir, mas no final foi vacinada. Ao sair do centro de vacinação recebeu os parabéns da equipa de enfermagem e teve direito a pipocas e a um balão.

A mãe da Constança, Magda Queirós, conta à Lusa que a filha tem medo de agulhas desde sempre. “Fiz o trabalho de casa. Expliquei-lhe as vantagens da vacina, mas chegou aqui e ficou ansiosa”, desabafa, com o coração de mãe apertado, salientando, todavia, que equipa de enfermeiros foi “maravilhosa e incansável”.

Constança é uma das exceções das dezenas de crianças dos nove aos 11 anos que hoje começaram a ser vacinadas em Portugal, porque a maioria dos meninos e das meninas chegavam tranquilas e de mão dada ao pai ou à mãe e deixavam-se vacinar sem levantar ondas de medo e ansiedade.

Sophia Moura, 11 anos, conta que a vacina não doeu e que não estava em stress. “Queria ser vacinada para estar protegida contra a covid-19”, conta à Lusa, feliz a saborear as pipocas quentes e doces. O pai de Sophia, Paulo Moura, refere que nunca teve dúvidas sobre a eficácia da vacina.

Confio na ciência. Se a ciência tem tido tão bons resultados ao longo dos anos, não percebo a dúvida em vacinar. E assim, a minha filha está mais bem protegida contra a doença”, declara o pai da pequena Sophia, congratulando a “rapidez e a eficiência” das equipas e da organização do centro de vacinação.

O pai Sérgio Esteves teve algumas dúvidas no início, mas depois de falar com amigos médicos decidiu vir esta tarde vacinar os dois filhos, um com autoagendamento e outro sem marcação prévia. “Confio na ciência”, declarou. O filho, Diego Esteves, nove anos, relata que não teve medo, mas que a picada inicial doeu um bocadinho. “Eu queria ser vacinado para estar mais protegido“, assumiu o rapaz, com voz segura e determinada.

António Oliveira, pai do Tomás Oliveira, de nove anos, disse que trouxe estar tarde o filho para a vacina, porque leu nas notícia que se podia vir sem agendamento. “Decido vir vacinar o meu filho hoje sem agendamento por vi num portal de noticias que não era necessário. Tentei fazer o agendamento mas não consegui”, explicou. O filhote Tomás Oliveira confessa que teve um bocadinho de medo no início, quando viu a agulha, mas relata que “não doeu“.

A enfermeira Mafalda Lemos relatou, orgulhosa, que as das crianças que vacinou na sua ‘box’ “nenhuma chorou”. “A maioria das crianças estão a vir muito bem informadas de casa, muito bem preparadas e chegam tranquilas. Na minha box nenhuma chorou”, resume.

A mascote da Educação de Gondomar, a Filigraninha, em honra da filigrana, arte de trabalhar o ouro de Portugal e alguns pais natais, ajudaram a animar as dezenas de crianças que chegavam hoje para se vacinar em Gondomar.

Pelas 15:00 de hoje, existia no local uma fila de várias dezenas de crianças para se vacinarem sem agendamento.

LUSA //

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