Dívidas do estado e salários em atraso ameaçam fechar maior hospital privado do país

12

Estela Silva / Lusa

O presidente do conselho de administração do Hospital Senhor do Bonfim, Manuel Agonia, no dia da inauguração da unidade hospitalar

Há dois meses que os funcionários dos Hospitais Senhor do Bonfim (HSB), a maior unidade de saúde privada do país, em Vila do Conde estão sem receber salários. 

Os mais de 350 funcionários, inclusive médicos, dos Hospitais Senhor do Bonfim (HSB), em Vila do Conde, estão há mais de dois meses sem receber salários. Se o Estado não pagar a dívida de mais de 500 mil euros que tem para com a instituição, por liquidar há mais de um ano, o hospital poderá fechar portas em abril.

“Ando vermelho de vergonha. Estou a dever aos meus funcionários. E se não lhes conseguir pagar morrerei com o desgosto“, confessa Manuel Agonia, empresário e responsável pela gestão do complexo hospitalar, em declarações ao Jornal de Negócios.

Segundo o jornal, a tutela ainda não deu luz verde para a liquidação da verba correspondente aos serviços prestados pelo hospital Senhor do Bonfim ao Centro Hospitalar Póvoa Varzim/Vila do Conde.

Confrontado com estes factos, o secretário de Estado da Saúde afirmou, esta segunda-feira, que desconhecia a dívida, mas que ia averiguar. Manuel Agonia fala em “falta de carácter”.

Ainda assim, o empresário avança ao Negócios que irá encontrar-se, esta quarta-feira, com um potencial investidor internacional. Contudo, a contrapartida é que Manuel Agonia terá de se afastar de qualquer cargo decisório.

“Oferecem-me 153 milhões de euros por 50% do capital da empresa, mas querem que eu fique como figura decorativa, sem poder decisório, e despachar alguns dos meus colaboradores. Ora, isso não me agrada“, refere ao jornal.

Se a entrada de capital falhar e se a dívida reclamada ao Serviço Nacional de Saúde não for paga, Agonia admite que em abril o hospital vai mesmo fechar portas. “Se não houver acordo, é o fim. Em abril, fecho o hospital e digo às pessoas para arrastarem o que puderem, que levem o que quiserem”, conclui.

ZAP //

12 Comments

  1. Sinceramente e à primeira vista fará muitíssimo mal não aceitar a proposta.
    Com mais de 80 anos; mesmo que tenha que haver reajustamentos no pessoal (um tristíssima coisa) e se ficasse como figura decorativa,com a situação criada, não haverá talvez (daqui ao longe) melhor solução.
    E assim já poderia (coitado) morrer sem remorsos de não ter paga a quem trabalhou.
    Admira-me já junto aos 80 arcar com uma obra daquelas,sòzinho,embora desconheça o senhor que será um homem muito sério.

  2. O governo PS no seu melhor. Como habitualmente deve a tudo e a todos e mantém os medias muito caladinhos. Os PS são os milagreiros de sempre porque ficam a dever a todos. Então não tivemos um 1º ministro que teve a indecência de a firmar que a divida não era p/ pagar? Quem era? o caro JS do PS of course não podia ser de outro partido.
    E nunca sabem de nada… não são eles que estão é frente do governo, é o vizinho.
    Se fossem outros a governar já estava tudo e todos incendiados… é sempre a mesma cheat.

    • Uma coisa é ser ignorante; outra é isto!!
      Enfim…
      .
      É óbvio que o problema deste hospital não está na divida de 500 mil euros por parte do Estado; antes fosse!…
      500 mil euros num hospital não são nada!…
      O sr. Agonia lembrou-se de fazer um hospital privado para depois se “pendurar” no Estado; o Estado tem cobertura nos hospitais públicos da região, portanto só recorre ao hospital privado quando não há vagas/valências no publico – e bem; como deveria ser sempre!!
      O investimento é privado, por isso ele é que tem que arranjar dinheiro/investidores – já basta de estar sempre o contribuinte a salvar empresas privadas!..
      O ministro da Saúde respondeu muito bem – é responsável pela dividia dos serviços prestados ao Estado; não é responsável para sustentabilidade do hospital!!
      Felizmente, nem este (PS) nem o governo anterior (PSD) assumiram nenhum compromisso com este hospital, portanto, só tem que pagar a tal divida de 500 mil euros e depois o Sr. Agonia que se desenrasque!…
      É pena porque o hospital tem excelentes condições, mas quem se lembrou de o fazer é que tinha que tinha de se acautelar e de estudar a sua rentabilidade – não é só fazer um hospital só e depois ir a correr pedir ao Estado que o salve!!
      153 milhões por 50% é muito bom; e é natural que o queiram afastar da gestão, porque já se viu que não percebe nada do assunto – e o resultado está a vista!…

      • Se o hospital tem boas condições é porque a gestão é boa. Se o hospital não dá muito lucro é porque é gerido a pensar nas pessoas, trabalhadores e doentes. Se o Estado deve, então tem que pagar. Se a margem de lucro for baixa, é natural que 500 000 euros façam diferença. Esse hospital deve estar a incomodar a máfia da saúde, e então a maneira mais fácil de derrubar esta obra é atrasar pagamentos.

      • “Se o hospital tem boas condições é porque a gestão é boa.”
        Que raio de conclusão é essa?!
        Enfim… só disparates!…
        A margem de lucro não é baixa – é nenhuma, porque sempre deu prejuizo!
        O Estado deve e vai pagar – é a única coisa em que estamos de acordo, mas, como é óbvio, não é com 500 mil euros que um hospital daquelas dimensões se vai salvar!…
        Máfia da saúde é precisamente o que o Sr. Agonia quer fazer, pois criou um hospital que não é rentável e está a contar com o dinheiro dos contribuintes para o manter!!

  3. E o que faz estar a espera de ser o ESTADO a financiar obras privadas.
    Foi chao que deu uvas so que agora HA mais rigor e contençao.
    Pode fechar que nao faz falta
    INEM

  4. Mas que situação tão ridícula. Como se o pagamento da dívida, no valor de 500 mil euros, fosse salvar o hospital. A única solução é mesmo aceitar a proposta de investimento pois com os 500 mil euros só vai conseguir aguentar o hospital durante um mês. Basta fazer as contas: se cada funcionário recebesse 1000 euros por mês, o pagamento dos salários relativos a APENAS um dos meses em atraso, seria de 350 mil euros. Tendo em conta que os pagamentos em atraso incluem os ordenados dos médicos, o mais provável é que o pagamento de ordenados de um mês ultrapasse os tais 500 mil euros, pelo que justificar o encerramento do maior hospital privado do país com uma dívida de 500 mil euros, é simplesmente ridículo. Mais uma situação de gestão danosa, para variar…

  5. Em certa medida, D. Cátia Marques, a Sr.ª tem razão; o valor em questão é, relativamente baixo. Acha, entretanto, normal que uma dívida daquele montante, com data a ultrapassar DOZE MESES não tenha sido ainda paga e seja desconhecida de quem tem responsabilidade de mandar pagá-la

  6. É um absurdo que exista em algum país do mundo algum hospital privado, todos os hospitais deveriam ser públicos, assim,se alguém se metesse a ser sonegador ou fosse daqueles malvados que querem sempre menos tributos lembraria que está contra os próprios interesses.

  7. “Se o hospital tem boas condições é porque a gestão é boa.”
    Que raio de conclusão é essa?!
    Enfim… só disparates!…
    A margem de lucro não é baixa – é nenhuma, porque sempre deu prejuizo!
    O Estado deve e vai pagar – é a única coisa em que estamos de acordo, mas, como é óbvio, não é com 500 mil euros que um hospital daquelas dimensões se vai salvar!…
    Máfia da saúde é precisamente o que o Sr. Agonia quer fazer, pois criou um hospital que não é rentável e está a contar com o dinheiro dos contribuintes para o manter!!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.