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Maioria dos portugueses quer manter escolas fechadas (e quase metade defende encerramento até à Páscoa)

Uma sondagem da Aximage para o Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF revela que a maior parte dos portugueses defende o prolongamento do encerramento das escolas.

A eventualidade de voltar a reabrir as escolas em breve, tendo o Governo já admitido que o desconfinamento deverá começar pelos estabelecimentos de ensino, tem dado que falar entre pais, professores, políticos e especialistas.

Agora, uma sondagem da Aximage, divulgada pelo Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF, revela que a grande maioria dos portugueses (82%) defende o prolongamento do encerramento das escolas até, pelo menos, ao final da primeira quinzena de março.

A mesma sondagem mostra que quase metade dos inquiridos (42%) afirmam que as aulas presenciais só devem recomeçar depois das férias da Páscoa – ou seja, em abril -, algo que também é defendido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O pedido do encerramento das escolas nota-se mais no Norte (84%), Sul e arquipélagos da Madeira e Açores (83%). Quanto à idade e rendimentos, o fecho é pedido sobretudo por mulheres (84%), idosos (88%) e pessoas com menor capacidade económica (classe D, 89%).

Já entre os jovens até aos 34 anos, 76% pedem o prolongamento do encerramento.

O regresso às salas de aula depois da Páscoa é pedido pelos eleitores da Direita (59% do Chega e 53% do PSD) e por quem vive nas cidades médias ou no interior, uma vez que tem menos apoio nas áreas metropolitanas do Porto (38%) e Lisboa (40%).

Na média nacional, 9% prefeririam ver as escolas fechadas até maio e 16% querem aulas online até ao verão.

Apesar de preferirem que as escolas se mantenham encerradas, mais de metade dos inquiridos (54%) acredita que o ensino remoto será pouco ou nada rentável.

Quando à forma como o Governo preparou o ensino à distância, 40% dizem que o primeiro ministro, António Costa, o fez mal ou muito mal.

Professores queixam-se de intrusões no ensino

De acordo com o semanário Expresso, um inquérito realizado pelo Centro Nacional de Cibersegurança e a Direção Geral de Educação, 11% dos professores assumiram que viram as suas aulas serem alvo de, pelo menos, um ataque de intrusão virtual entre março e novembro de 2020.

Além disso, o mesmo inquérito apurou que 5% dos professores inquiridos descobriram códigos maliciosos em um ou mais dispositivos e 3% confirmaram que foram alvo de ataques de partilha não autorizada de vídeos de aulas.

“No início, as escolas não estavam preparadas. Além disso, [os ataques de zoom bombing] eram novidade e possivelmente houve alguns alunos que terão achado piada a fazê-los. Depois passou o fator novidade, e agora já não há tantos ataques deste género. Mas claro que não há sistemas informáticos 100% seguros”, explicou Fernanda Ledesma, presidente da Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI).

“É verdade que houve um aumento de ataques durante o ano passado, mas essa tendência parou há três ou quatro meses. Antes dessa diminuição foram apresentadas centenas de queixas nas autoridades. E quase todas estavam relacionadas com ataques a plataformas de videoconferência”, explicou fonte ligada à investigação do cibercrime em Portugal.

Segundo dados compilados pelo CNCS, o número de incidentes de cibersegurança detetados passou de 754 para 1418 de 2019 para 2020.

Os dados do CNCS apuram que que foram contabilizados 236 incidentes de phishing em 2019 e 613 em 2020. No total, os incidentes de phishing representaram 43% do total de incidentes de cibersegurança trabalhados pelo CNCS em 2020.

Maria Campos, ZAP //

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