Cientistas da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), no Reino Unido, fecharam o debate sobre qual foi a maior ave da história: Vorombe titan tinha até 800 quilos e três metros de altura.
A maior ave da história, uma nova espécie de pássaro-elefante agora identificada, pesava tanto como um dinossauro quando viveu em Madagáscar, há mais de mil anos, conta o site Live Science.
Este pássaro monstruoso, semelhante a uma avestruz e que entretanto foi extinto pelos nativos, pesava até 800 quilos, tinha três metros de altura e, tal como as avestruzes, também não conseguia voar, explica o estudo publicado, esta quarta-feira, na Royal Society Open Science.
Desde 1800 que os cientistas guardam amostras dos ossos deste animal (da família dos Aepyornithidae), mas erradamente pensavam que se tratava de outra espécie de pássaro-elefante, conhecida como Aepyornis maximus, explica James Hansford, o principal responsável desta investigação, da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL).
Com recurso a uma fita métrica e pinças, Hansford analisou centenas de ossos de pássaros-elefantes que se encontravam em museus de todo o mundo. Depois de traçar os seus tamanhos, o cientista descobriu que estes ossos estavam em grupos distintos, revelando três géneros e quatro espécies distintas.
A ave recentemente descoberta foi apelidada de Vorombe titan, cujo nome Vorombe significa “pássaro grande” em malgaxe, uma língua malaio-polinésia. Por sua vez, titan é um retrocesso ao Aepyornis titan, espécie que, em 1894, o paleontólogo britânico C.W. Andrews pensava ser a maior de sempre e que foi geralmente descartada como um exemplar invulgarmente maior do já conhecido A. maximus.
De acordo com o Live Science, quando estes herbívoros foram extintos pelos humanos, o ecossistema mudou e as plantas que dependiam dos pássaros para comer e dispersar sementes enfrentaram uma dura batalha para sobreviver.
Estes pássaros-elefantes “tiveram, sem dúvida, um impacto significativo a criar e a manter a paisagem do antigo Madagáscar. A sua extinção deixou um buraco que precisamos de pensar em conservar na sua ausência”, afirma Hansford.
“Sem uma compreensão precisa da diversidade das espécies passadas, não conseguimos compreender adequadamente a evolução ou a ecologia em sistemas insulares únicos como Madagáscar ou reconstruir exatamente o que se perdeu desde a chegada dos humanos a estas ilhas. Conhecer a história da perda da biodiversidade é essencial para determinar como conservar as espécies ameaçadas nos tempos que correm”, afirma Samuel Turvey, co-investigador deste estudo, citado pela Europa Press.