A mãe do bebé deixado na terça-feira junto ao Centro Social Baptista, no Cacém, Sintra, entregou-se hoje no Hospital Amadora-Sintra e, depois de ter sido transportada para a esquadra, foi constituída arguida, disse à Lusa fonte da PSP.
Segundo fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, durante a tarde, os serviços de pediatria do Hospital Amadora-Sintra contactaram a esquadra do Cacém, relatando que uma mulher se encontrava no local alegando ser a mãe do bebé que foi deixado pelas 23:00 de terça-feira junto ao Centro Social Baptista.
A mesma fonte acrescentou que, de imediato, foram acionadas as equipas de investigação criminal de Sintra da PSP, que transportaram a mulher para a esquadra do Cacém.
“Contactado o Ministério Público e efetuadas algumas diligências, foi decretado o termo de identidade e residência à arguida”, indicou a fonte.
Na quarta-feira, fonte da PSP adiantou à Lusa que foram os funcionários do Centro Social que deram o alerta às autoridades depois de ouvirem o recém-nascido, do sexo masculino, chorar à sua porta.
O recém-nascido foi encontrado numa alcofa à porta de uma igreja na noite de terça-feira. A criança estava bem tratada e tinha junto a ela uma carta que pede ajuda e que justifica o abandono com “muitas dificuldades”. “A minha mãe ama-me muito, a ponto de me entregar para outra família com melhores condições para me adoptar”, realçava a nota.
“Por favor, não julguem a minha mãe, ela só está a evitar que eu sofra junto com ela”, escreve ainda o autor da missiva. “Estamos a passar muitas dificuldades, por isso ela tomou essa difícil decisão”, acrescentava a carta que acompanhava o recém-nascido.
A criança, com apenas alguns dias de vida, foi encontrada junto do Centro Social Baptista do Cacém, “numa cesta devidamente agasalhada, com a temperatura corporal ainda normal”, explicou na altura ao DN o comandante dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém, Francisco Rosado.
De acordo comuma fonte da PSP, o bebé “estava bem de saúde”, mas foi transportado para o Hospital Fernando da Fonseca, na Amadora, tendo sido contactada a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CPCJ) e a Santa Casa da Misericórdia.
ZAP // Lusa