O Presidente francês, Emmanuel Macron, declarou a sua oposição ao uso da chamada linguagem inclusiva de género e pediu para não ceder ao “ar dos tempos”, argumentando que a forma masculina pode ser neutra.
Emmanuel Macron manifestou, esta segunda-feira, oposição à, vulgarmente designada, “linguagem inclusiva”.
Durante a inauguração de um fórum sobre a língua francesa em Villers-Cotterêts, o Presidente francês defendeu a importância da língua comum, defendendo que “sempre haverá várias línguas na República e uma língua da República” como ferramenta de unidade nacional.
Assim, embora tenha apoiado que esta língua está “viva”, que envolve “inspirar-se nas outras” e até “roubar palavras”, Macron declarou que “os fundamentos, as regras da sua gramática” devem ser defendidos.
“O masculino é o neutro”
Durante o discurso, Emmanuel Macron sublinhou que “nesta linguagem, o masculino é o neutro”.
“Não precisamos adicionar pontos no meio das palavras, ou hífens, ou qualquer coisa para torná-lo legível”, acrescentou.
Brigitte Macron, esposa do Presidente francês, também já tinha vindo a público tecer críticas à “linguagem inclusiva”.
Na visão da antiga professora de literatura, a introdução neologismos para adotar pronomes neutros em género não é necessária: “Aprender francês já é difícil. Não agreguemos complexidade à complexidade. É uma posição cultural”.
O discurso também coincide com o debate de uma proposta no Senado francês que pede abertamente a proibição desse tipo de linguagem. Os promotores do texto, apresentado a partir da bancada republicana, consideram que este tipo de construção constitui “uma barreira à leitura e compreensão da palavra escrita”.
ZAP // Lusa