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Macron criticado por sermão a ativista idosa ferida em manifestação

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Philippe Wojazer / EPA

Uma idosa que participava numa manifestação dos ‘coletes amarelos’ em Nice, onde se encontravam reunidos o presidente francês Emanuel Macron e o homólogo chinês Xi Jinping, ficou magoada com alguma gravidade depois de cair e rachar a cabeça quando a polícia de choque investiu contra os manifestantes. Ao invés de se solidarizar, Macron passou-lhe um sermão.

“Quando uma pessoa é vulnerável e há o risco de ser empurrada, não vai para lugares não autorizados e não se põe neste tipo de situação”, comentou o presidente francês sobre o acidente que ocorreu no sábado e que envolveu a ativista antiglobalização de 73 anos, Geneviève Legay, segundo informou esta quinta-feira o Expresso.

“Essa senhora não estava em contacto com as forças da ordem. Pôs-se deliberadamente numa situação em que foi para uma área reservada e foi apanhada num movimento de pânico. Lamento profundamente, mas temos de respeitar a ordem pública em todo o lado”, acrescentou Macron, fazendo lembrar porque é “tido como arrogante”, lê-se no artigo.

E concluiu: “Desejo-lhe uma recuperação rápida – e talvez alguma sabedoria”.

As críticas de vários quadrantes não tardaram. O líder do partido França de Pé, Nicolas Dupont-Aignan, chamou-lhe desumano e arrogante, enquanto Jean-Luc Mélenchon, líder do França Insubmissa – um partido de extrema-esquerda – disse que Geneviève Legay não precisava das lições de Macron e que este tinha muito a aprender com ela.

A família da ativista, por sua vez, anunciou que tenciona apresentar queixa contra a polícia. O seu advogado, Arié Alimi, lamentou que o presidente francês tenha criticado uma pessoa que se encontra no hospital e que, pelos vistos, “considere que os idosos não podem exprimir as suas convicções na rua”.

Macron, que em tempos chegou a definir a presidência francesa como jupiteriana, tem-se notabilizado por dar conselhos altivos a várias categorias de pessoas, seja um desempregado que o abordou (basta cruzar a rua para arranjar emprego, disse-lhe na altura) até um jovem que o tratou de modo informal, recebendo em troca uma severa reprimenda pública que muita gente considerou exagerada para a circunstância.

De acordo com o Expresso, a iniciativa de promover um “grande debate nacional” pelo país visou em parte contrariar a imagem de distância e superioridade atribuída a Macron, perante a dimensão do movimento dos ‘coletes amarelos’. Mas gestos como o que agora teve em relação a uma mulher idosa relembram os motivos porque essa imagem existe.

TP, ZAP //

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9 Comments

  1. Crucificado por ser honesto e dizer o que pensa. Pelo menos apresenta argumentos lógicos. Ou só se pode ser politicamente incorreto a dizer barbaridades (vide Trump)?

    • Hoje em dia é-se preso por ter cão e por não ter. Se tivesse tido pena da idosa como seria o caso do nosso presidente, iriam dizer que estava do lado dos Gilets. Prefiro a franqueza do Macron à lamechiche do nosso presidente

  2. Se o que o Macron disse é exatamente o que está escrito aqui, tenho que dar-lhe meus PARABÉNS. Perfeito!
    Também tenho que repudiar as palavras do Arié Alimi, que “lamentou que o presidente francês tenha criticado uma pessoa que se encontra no hospital e que, pelos vistos, ‘considere que os idosos não podem exprimir as suas convicções na rua'”. Que declaração tola! Não foi isso o que Macron falou. E criticar uma pessoa hospitalizada por um grande erro cometido pode ser uma boa ação.
    Aqui no Brasil também estamos vivenciando um exército de tolos a criticar nosso Presidente Bolsonaro a todo o tempo por qualquer coisinha sem significado, por pura maldade.

  3. Mais nada, quem é que liga as pessoas idosas, deveriam fazer era como cá em Portugal, comer e calar.
    E se não tiver dinheiro para comer que morram a fome mas sem fazer muito barulho porque o barulho faz dores de cabeça. Isto deveria de ser feito uma lei para as pessoas idosas deixarem de ter direitos, neste caso seria perfeito e escusava o Presidente Macron perder tempo a comentar o facto de uma idosa de 73 anos ter ido marrar com os cornos no chão porque a policia estava a libertar espaço, espaço libertado é primordial.

  4. Um conselho que ele deverá seguir à risca com a sua velhota sempre pronta para meter o nariz onde não é chamada! Este também já deu o que tinha a dar!

  5. E fez muito bem!
    Lá por ser idosa, não quer dizer que possa fazer o que lhe apetece e que não tenha que respeitar as regras!

  6. Nuno, mão acha uma barbaridade dizer a uma pessoa de 70 anos que não se pode manifestar? Isto acontece a muitos jovens, não é só por se ser velho que se é atingido por um bastão da polícia!! Que preconceito é este contra a velhice? Com pandemias não os deixam sair de casa! Em manifestações não podem participar! Não
    há dúvida que nesta sociedade em que vivemos só há lugar para os jovens. Os suecos é que foram coerentes e deixaram morrer os seus velhos que, assim, deixaram de os atrapalhar!

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