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Luto nacional no 25 abril: Francisco vai ser homenageado no Parlamento

Inácio Rosa / Lusa

Papa Francisco no Parque Tejo, na missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude – JMJ 2023, em Lisboa

Sempre um apóstolo da paz e liberdade, o Papa Francisco vai ser homenageado no Parlamento na sessão solene do 25 de Abril no Parlamento. O luto nacional pelo Sumo Pontífice começa na quinta-feira e prolonga-se até sábado.

Portugal vai assinalar três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco entre quinta-feira e sábado (de 24 a 26 de abril).

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, que informou que conta marcar presença no funeral do Sumo Pontífice da Igreja Católica, que ocorrerá em Roma no sábado.

Montenegro irá acompanhado do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e ainda d o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Mias tarde, o Presidente da República confirmou a presença. O chefe de Estado, que falava aos jornalistas à porta da Nunciatura Apostólica da Santa Sé em Lisboa, onde assinou livro de condolências pela morte do Papa Francisco, afirmou que irá partir de Lisboa na tarde de 25 de Abril, depois da sessão solene na Assembleia da República.

Homenageado no 25 de abril

Entretanto, Aguiar-Branco considerou que a manutenção da sessão solene do 25 de Abril no parlamento, mesmo em pleno luto nacional, respeita o legado deixado pelo Papa Francisco em defesa do pluralismo democrático.

Esta posição foi defendida por José Pedro Aguiar-Branco em declarações aos jornalistas à porta da Nunciatura Apostólica da Santa Sé, em Lisboa, onde assinou o livro de condolências pela morte do Papa.

Foi à porta da Nunciatura Apostólica da Santa Sé, em Lisboa, onde também assinou o livro de condolências pela morte do Papa, que o presidente da Assembleia da República confirmou a decisão de manter a sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no parlamento, apesar de sexta-feira ser o segundo de três dias de luto nacional.

“Na sessão solene do 25 de abril haverá um momento de tributo ao Papa Francisco, através de um voto que eu próprio irei apresentar. Deste modo, num momento que é tão solene para Portugal e para o povo português – o dia 25 de Abril -, numa sessão tão importante para Portugal, esse voto significa também a particular gratidão e o particular apreço que o povo português tinha para por este Papa”, sustentou o presidente do Parlamento.

Francisco: apóstolo da paz e liberdade

De acordo com Aguiar-Branco, o facto de haver luto nacional na próxima sexta-feira não colide do ponto de vista jurídico com a realização da sessão solene comemorativa da revolução de 25 de Abril de 1974.

“Creio até que vai ao encontro do sentido do legado do Papa Francisco – um legado caracterizado por estar sempre disponível pela via do diálogo, pela via do respeito pela diferença, pela via do confronto de ideias e não do confronto das armas. Na casa da democracia, a casa da palavra – espaço maior de respeito pela diferença e de respeito pelas ideias dos outros -, vamos prestar uma homenagem ao legado de um pontificado marcado pela palavra”, advogou.

José Pedro Aguiar-Branco adiantou também que o cerimonial tradicional inerente à sessão solene do 25 de Abril vai manter-se, designadamente os momentos de hino nacional.

“É um cerimonial de honraria, e nesta situação é em si também um registo de homenagem, porque é o nosso hino nacional. Esta é a sessão por excelência da democracia portuguesa, em que tributamos também a nossa democracia, o nosso direito à diferença, a força da palavra para resolver os problemas, a força daquilo que é a troca de opiniões numa sociedade que, sendo plural, deve tentar os consensos para chegar às soluções. Isto é o legado do Papa Francisco, do ponto de vista daquilo que foi a sua arma principal ao longo do seu pontificado: a palavra”, insistiu.

O presidente da Assembleia da República fez ainda questão de salientar que o voto de pesar pela morte do Papa Francisco é um voto dos representantes do povo português.

“Vamos fazer uma sessão que dignifica também a própria situação e, de modo algum, põe em causa o luto que o país sente e que também os deputados sentem em relação a este momento”, acrescentou.

O Papa Francisco morreu esta segunda-feira aos 88 anos vítima de um AVC, após 12 anos de pontificado.

ZAP // Lusa

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