Lucília Gago quebrou o silêncio e não poupou críticas

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Procuradora-geral da República destaca a demora “inusitada” e a conclusão de que não há indícios de crime na Madeira.

A Procuradora-geral da República raramente dá explicações. Quando dá, costumam ser curtas ou algo vagas. Desta vez não foi assim.

Em causa o processo na Madeira, que originou a detenção de Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia ainda em Janeiro.

Três semanas depois, os três suspeitos foram libertados porque o juiz de instrução Jorge Bernardes de Melo concluiu que não há indícios de qualquer crime.

Lucília Gago não concorda. A procuradora partilhou um comunicado nesta sexta-feira, para tentar esclarecer as “dúvidas” que foram surgindo.

O alvo principal é precisamente o juiz Jorge Bernardes de Melo. Lembra que a detenção do trio de suspeitos foi “ponderada” pelas três magistradas que dirigem as investigações e pelo director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal.

Reforça que havia “elementos probatórios” que apontavam “indiciariamente, de forma consistente e sustentada, para o cometimento de um conjunto de ilícitos“.

A detenção foi uma medida aprovada por Ministério Público, Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária.

E reforça: houve cinco juízes de instrução que “proferiram no processo decisões sustentadas na convicção de existirem já então indícios de ilícitos criminais”.

Ou seja, a procuradora-geral insiste na prisão preventiva dos três arguidos.

Além disso, lamenta a demora “inusitada” nos interrogatórios e “o longo período de tempo decorrido desde as detenções até à prolação do citado despacho”.

No interrogatório, as procuradoras tentaram “sensibilizar, por múltiplas vezes e pelos meios ao seu alcance, o magistrado judicial que as conduziu para a incomum demora registada e para a necessidade de lhes imprimir maior celeridade, tendo inclusivamente dirigido exposição ao Conselho Superior da Magistratura”.

Recorde-se que o Ministério Público vai recorrer desta decisão do juiz de instrução.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. O tentacular grande Poder da Corrupção em Portugal e seus “anexos” , é como un Cancro incurável que se propaga en todas as areas Sociais e Económicas , mas isso não é novidade ; Neste País este facto , não é defeito mas feitio com uma dita “Justiça” e seu complexo sistema , cega só de un olho ! ….pobre de mim se falhar a A.T , e mais não digo !

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