O governo britânico escondeu o lançamento falhado do míssil balístico Trident II D5, que ocorreu na véspera da votação no parlamento sobre a modernização do escudo nuclear do país.
A acusação surge nas páginas do jornal The Sunday Times, que cita um alto responsável da Marinha britânica, sob anonimato, que revela que o teste de um míssil nuclear Trident II D5 não armado “sofreu uma falha grave” na Florida, em junho.
O míssil, que não estava equipado com carga nuclear, terá desviado do curso e voou em direção ao litoral norte-americano, mas a razão da falha não foi revelada. O incidente terá causado pânico no governo e no Ministério de Defesa, que receavam que a informação prejudicasse a confiança na capacidade de dissuasão nuclear do país.
“É um erro verdadeiramente catastrófico quando um míssil se dirige para a direção errada”, afirmou hoje o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, antigo militante anti-nuclear.
Questionada pela BBC, a primeira-ministra Theresa May evitou responder e dizer se estava ou não a par do incidente quando os deputados votaram a favor da renovação do programa Trident, com um custo estimado de 41 mil milhões de libras.
Theresa May afirmou que “tais lançamentos [falhados] são inevitáveis“, sublinhando que “isto prova que é necessário renovar o sistema Trident. Devemos defender nosso país e contribuir para a defesa da OTAN”.
Os lançamentos de teste do Trident a partir de submarinos foram realizados apenas cinco vezes, já que cada míssil custa 17 milhões de libras. O Reino Unido é um dos três membros da NATO que tem armamento nuclear, juntamente com França e os EUA.
ZAP // Sputnik News / Lusa