As dioceses de Lisboa e Porto receberam, no total, 36 nomes de padres suspeitos abusos sexuais a menores. Para já, nenhum foi afastado.
O nome de cerca de cem padres sob suspeita de pedofilia foi divulgado às dioceses na sexta-feira passada pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica. Das 21 dioceses, 12 já se manifestaram, tendo anunciado a suspensão de dez sacerdotes, no total.
D. Américo Aguiar, o bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, explica que “cada bispo e cada diocese” farão o que entender com a lista de nomes.
As dioceses da Guarda, Braga, Viseu, Angra e Évora já anunciaram o afastamento de sacerdotes. Enquanto isso, Lisboa e Porto prometem resultados para breve.
A Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis do Patriarcado de Lisboa recebeu uma lista de 24 nomes, de acordo com o Público.
Oito padres já morreram, dois estão doentes e retirados de funções, três referem-se a padres “sem qualquer nomeação” e cinco são de padres no ativo, especifica o jornal. Os párocos no ativo não vão ser afastados para já, com a arquidiocese a pedir mais dados à Comissão Independente.
Além disso, há ainda quatro nomes “desconhecidos”, um leigo e um padre que “já abandonou o sacerdócio”. Para já, nenhum dos padres implicados foi alvo de qualquer medida cautelar.
Por sua vez, a Diocese do Porto recebeu uma lista com 12 nomes de padres suspeitos de abusos a menores. Quatro já morreram e um já não pertence à diocese. As denúncias remetem a abusos nas décadas de 70 e 80.
De acordo com o Expresso, a Diocese do Porto informou que está a realizar uma “investigação prévia” a sete sacerdotes vivos, não os tendo afastado do sacerdócio ou impedido o contacto com menores.
A Diocese de Évora afastou um padre, a de Angra do Heroísmo afastou dois, a de Braga afastou um, a de Lamego afastou dois, a de Viseu afastou e a de Guarda afastou igualmente um.
A Diocese de Angra, nos Açores, recebeu mais uma queixa contra um pároco já depois de ter o relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica, disse esta sexta-feira o bispo Armando Esteves Domingues.
A Diocese de Aveiro recebeu uma lista com o nome de três padres. Dois já morreram e o terceiro vai continuar em funções. A diocese explica que a decisão respeita o processo canónico.
“Já decorreu o respetivo processo que foi investigado pelo Ministério Público” e o caso foi arquivado, explicou o bispo de Aveiro, D. António Ramos, em comunicado.
Esta sexta-feira, D. José Ornelas adiantou que as vítimas dos abusos sexuais terão direito a “tratamento psiquiátrico, psicológico” e que “a Igreja pagará os tratamentos”. “A pessoa apresenta a fatura e nós pagamos”, explicou o bispo de Leiria-Fátima.