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Linhas de comboio em chamas para combater frio polar nos Estados Unidos

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Assolados por um frio que chega a atingir os 50 graus negativos, as pessoas de Chicago, nos EUA, mostraram criatividade para fazer face às baixas temperaturas: atear fogo às linhas de comboio.

A medida foi levada a cabo na terça-feira, mas funciona de forma segura. “A operadora Metra não está a colocar literalmente a ferrovia em chamas”, afirmou o porta-voz Michael Gillis à CNN.

Na realidade, as chamas surgem de aquecedores alimentados a gás instalados ao lado das linhas ferroviárias, mantendo-as aquecidas. Como complemento a essa medida, a Metra também usa um sistema de aquecimento tubular e sopradores de ar quente para aquecer as linhas.

“Sempre que há temperaturas negativas, utilizamos isso”, disse Gills, acrescentando que são utilizados sistemas semelhantes noutras linhas ferroviárias da América do Norte.

Caso essa medida não fosse levada a cabo, as linhas de comboio poderiam separar-se na conexão entre linhas, devido ao encolhimento do metal. Assim sendo, o aquecimento das linhas expande o metal para que as linhas possam ser colocadas juntas novamente.

Os pontos de mudanças de linha também poderiam ficar entupidos com gelo e neve, pelo que o sistema de aquecimento é utilizado para desentupi-los. Os membros da tripulação, a trabalhar em turnos de 12 horas, monitorizam as chamas quando o sistema está a ser utilizado. Algumas ferrovias também podem ser danificadas pelo calor, mas este método é considerado muito mais seguro do que os mais comuns para descongelar as linhas.

Vórtice polar já fez pelo menos 12 mortos

O frio extremo que atinge a região Centro-Oeste dos Estados Unidos deverá manter-se até meados de fevereiro e poderá vir a bater recordes históricos.

O vórtice polar sem precedentes fez nos últimos dias pelo menos 12 mortos e várias regiões deverão sentir uma sensação térmica que pode chegar aos 53 graus negativos.

Estas condições meteorológicas adversas forçaram a adoção de medidas de emergência por parte das autoridades, nomeadamente para proteger a população mais frágil.

As agências internacionais noticiaram que o corpo de um homem de 70 anos foi encontrado com sinais de hipotermia em Detroit, a maior cidade do estado do Michigan, na região centro-oeste, onde a sensação térmica rondou os 30 graus negativos. A polícia local não quis confirmar se a causa da morte foi o frio sentido na região.

Com esta morte, e segundo as contas da agência noticiosa espanhola EFE, pelo menos seis pessoas morreram nos últimos dias na sequência destas condições meteorológica, nomeadamente em acidentes de trânsito.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA indicou que a “massa de ar ártico sem precedentes” vai provocar temperaturas extremas com sensações térmicas entre os 34 graus negativos e os 51 graus negativos nas planícies do norte, na região dos Grandes Lagos e no norte da zona do Midwest.

Em Chicago (Estado do Illinois), uma das maiores cidades dos Estados Unidos, onde vivem 2,7 milhões de pessoas, foi registada uma temperatura mínima de 29 graus negativos. Mas os ventos polares estão a agravar as condições e a sensação térmica chegou aos 46 graus negativos.

A vaga de frio polar está a provocar vários constrangimentos ao nível dos transportes e dos serviços. No Aeroporto Internacional O’Hare, em Chicago, as autoridades anteviam o cancelamento de 1.325 voos, enquanto no aeroporto de Midway as estimativas apontavam para 326 voos cancelados. Os serviços de correio e a circulação em algumas linhas ferroviárias também foram suspensos por causa do frio intenso.

A polícia de Westchester, no Estado do Illinois, chegou a apelar, em tom de brincadeira, que aquela cidade não tivesse atos de criminalidade durante estes dias porque estava “muito frio para cometer crimes”.

A CBS Chicago descreve que bastam dez a 15 segundos sob o vento polar para começar a sentir-se a pele a queimar, mesmo debaixo de camadas de roupa. Respirar é tão difícil que as pessoas descrevem uma ligeira náusea e desorientação.

Os médicos lembram para a necessidade de proteger as extremidades – dedos, nariz e orelhas – para evitar queimaduras. A pele queima quando o corpo ativa os mecanismos de sobrevivência para proteger os órgãos vitais. O risco das queimaduras da pele é de que os tecidos congelem e causem uma inflamação generalizada.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Os moradores? what???
    “Assolados por um frio que chega a atingir os 50 graus negativos, os moradores na cidade de Chicago, nos EUA, mostraram criatividade para fazer face às baixas temperaturas: atear fogo às linhas de comboio.”
    Primeiro não foram os moradores, é uma acção da empresa de comboios e não dos moradores!
    E não atearam fogo às linhas de comboio, são queimadores a gas que estão a provocar a combustão e não são as linhas que estão a arder!
    Enfim, mas de outra forma não tinha o mesmo impacto não é?!?

    • Cara leitora,
      Obrigado pelo seu reparo.
      Vamos manter “pessoas de Chicago” como autores da iniciativa, e, de acordo com a nossa fonte, manter a forma “deitar fogo às linhas” (que não é obviamente para ser tomada como literal).

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