Os líderes das principais bancadas políticas no Parlamento Europeu reafirmaram esta quinta-feira o seu apoio à candidatura de Jean-Claude Juncker à sucessão de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, ameaçando uma crise institucional caso a escolha seja outra.
“Há um apoio crescente a Jean-Claude Juncker a todos os níveis”, disse Manfred Weber, o novo líder da bancada do Partido Popular Europeu (PPE, que integra o PSD e o CDS), que continua a ser a que reúne mais eurodeputados no hemiciclo europeu, após as eleições que terminaram a 25 de maio.
Weber, que falava no final de um encontro com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, acrescentou ainda que se os chefes de Estado e de Governo dos 28 indicarem outra personalidade para a liderança do executivo comunitário “haverá uma crise institucional”.
O eurodeputado adiantou ainda que o PPE não quer chegar a uma situação de conflito, mas salientou que a única maioria que existe no Parlamento Europeu apoia o ex-primeiro-ministro do Luxemburgo.
Por seu lado, o presidente da bancada socialista no PE (S&D, que integra o PS), Hannes Swoboda, reiterou que, “em nome dos princípios de base da democracia”, os líderes europeus devem optar por nomear Juncker.
O candidato apresentado pelo PPE na campanha eleitoral para suceder a José Manuel Durão Barroso, que termina o segundo mandato no final de outubro, é contestado pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, que contesta o seu federalismo.
O posicionamento de Cameron já foi contestado por Guy Verohfstad – líder da terceira força política no PE, os liberais do ALDE (a que pertence o MPT, de Marinho e Pinto).
Estas três bancadas formam uma maioria qualificada que pode dar luz verde ou vetar o nome proposto pelos Estados-membros a presidente da Comissão Europeia – e que deve ser conhecido durante a cimeira de 26 e 27 de junho.
A nomeação pelo Conselho Europeu é também decidida por maioria qualificada, tendo Weber já lembrado que o Reino Unido não tem, por si só, direito de veto.
/Lusa