Depois de divulgar um vídeo a insultar governantes russos, o líder do grupo Wagner anunciou a retirada de Bakhmut na próxima semana.
O líder do grupo paramilitar russo Wagner gravou um vídeo a insultar o ministro da Defesa russo e o atual comandante do exército russo na Ucrânia. No vídeo publicado esta quinta-feira, Yevgeny Prigozhin chama-lhes cabrões, entre outras coisas, e queixa-se da falta de munições.
“Faltam-nos munições! 70%! Shoigu! Gerasimov! Onde estão a porra das munições?”, clama Prigozhin, referindo-se a Serguei Shoigu e Valeri Guerasimov, respetivamente.
“Estes são os rapazes que morreram hoje, o sangue ainda está fresco”, afirma Prigozhin numa mensagem registada em vídeo e difundida através da rede digital de mensagens Telegram. Nas imagens veem-se cadáveres de alegados combatentes contratados pela empresa Wagner em solo ucraniano.
Prigozhin acrescenta que o número de baixas seria menor se a empresa privada tivesse recebido a “devida quantidade” de munições para os combates em território ucraniano invadido pela Rússia.
Esta noite Prigozhin, dono do grupo Wagner de mercenários, publicou um vídeo em frente a uma pilha de corpos de mercenários, distribuindo insultos dirigidos especificamente a Gerasimov, chefe do estado maior russo, e a Shoigu, ministro russo da defesa, acusando-os de traição ao… pic.twitter.com/SwO2gLVyG0
— Hoje no Mundo Militar (@hoje_no) May 5, 2023
Segundo o oligarca russo, as unidades de combate da empresa Wagner só dispõem de 30% das munições necessárias.
“Há contas fáceis de fazer”, disse Prigozhin. “Se nos derem as munições que precisamos, haverá cinco vezes menos corpos aqui”.
“Eles [mercenários] vieram aqui como voluntários e morrem enquanto vocês engordam nos vossos gabinetes“, disse Prigozhin dirigindo-se a Shoigu e Guerasimov em termos insultuosos.
Retirada de Bakhmut
Já esta sexta-feira, o líder do grupo Wagner divulgou um novo vídeo em que anuncia a retirada dos seus soldados da frente de batalha na próxima semana.
“Vou retirar os soldados Wagner de Bakhmut porque sem munições eles estão condenados a morrer sem sentido”, justificou Prigozhin num novo vídeo. Os combatentes do grupo Wagner não abandonar Bakhmut no dia 10 de maio, próxima quarta-feira.
“Somos obrigados a transferir as posições de Bakhmut para unidades do Ministério da Defesa e a retirar o que resta do Wagner para campos logísticos, para lambermos as nossas feridas”, acrescentou.
Após divulgar um vídeo esta noite em frente à uma pilha de corpos de mercenários, jogando a culpa por aquelas mortes nos generais Gerasimov e Shoigu, chefe do estado maior e ministro russo da defesa, respectivamente, Prigozhin acabou de divulgar um outro vídeo anunciando que… pic.twitter.com/pbM4VvdOzq
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Os combatentes contratados pela empresa privada russa constituem a força de assalto da Rússia que se encontram desde o final do ano passado na cidade de Bakhmut (Artiómovsk, na designação em russo), no zona ocidental da Ucrânia.
Na quinta-feira, Prigozhin disse que em “apenas um dia de combate morreram 116 combatentes” da empresa Wagner devido à escassez de munições que considerou “gravíssima”.
Não é a primeira vez que a Wagner critica o Ministério da Defesa pelos problemas de abastecimento de material bélico, sobretudo munições.
No passado mês de março, Prigozhin chegou a ameaçar retirar os destacamentos de Bakhmut.
“Se a companhia militar privada Wagner abandonar Bakhmut a frente de combate desmorona-se”, disse o empresário numa outra mensagem difundida pela rede social YouTube.
ZAP // Lusa
Que comecem a seguir em direção ao Kremlin ao lado dos ucranianos… pode ser que se vire o bico ao prego e mais rápido cheguem a acordo para parar com esta perigosa estupidez.
Seria un erro que a Ucrânia se enrola-se com este grupo de assassinos . Que até a data não consigo entender a legitimidade de tal organização !