A líder do Partido Conservador na Escócia apresentou, esta quinta-feira, a sua demissão, não só por causa do seu desagrado com o Brexit mas também porque diz sentir necessidade de passar mais tempo com a família.
De acordo com o The Guardian, Ruth Davidson, líder do Partido Conservador na Escócia, apresentou hoje a sua demissão, confirmando, no entanto, que vai continuar no partido.
“Liderar o Partido Conservador da Escócia foi o privilégio da minha vida. Esta manhã, escrevi ao presidente para apresentar a minha demissão”, partilhou no Twitter, onde se pode ver também a carta de demissão.
Davidson, que teve um filho no ano passado, justificou esta decisão não só pelo seu desagrado com o Brexit e como este está a ser negociado, mas também porque diz sentir necessidade de passar mais tempo com a família.
“Todos vocês sabem e eu nunca tentei esconder o conflito que sinto sobre o Brexit. Apesar desse conflito, tentei traçar um caminho para o nosso partido que reconheça e respeite o resultado do referendo”, cita o jornal britânico.
Explicando que o trabalho sempre esteve à frente de tudo, em detrimento das suas relações pessoais, a agora ex-líder dos conservadores escoceses diz: “A chegada do meu filho significa que agora faço uma escolha diferente“.
Davidson liderava os ‘tories’ escoceses desde 2011 e é contra um Brexit sem acordo. Durante o referendo de 2016, fez campanha pela permanência do Reino Unido na União Europeia.
A demissão acontece depois de Boris Johnson ter pedido à rainha, esta quarta-feira, para suspender o Parlamento. A Rainha Isabel II aprovou o pedido e o Parlamento será suspenso a partir de 9 de setembro até 14 de outubro, apenas a 15 dias do prazo final para um possível acordo para uma saída ordenada da União Europeia.
A data de 31 de outubro foi fixada como prazo limite para a saída do Reino Unido da UE e o novo primeiro-ministro garantiu, quando tomou posse, que vai tirar o país da UE na data prevista, com ou sem acordo.
O governante está a ser acusado de tentar impedir que os deputados discutam e eventualmente aprovem uma medida que impeça o Governo de se precipitar para uma saída sem qualquer ligação à UE.
Entretanto, segundo o The Guardian, mais de 1,3 milhões de pessoas já assinaram uma petição contra esta decisão de Boris Johnson.