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Lesma com 480 milhões de anos pode explicar evolução dos moluscos

Jakob Vinther

Reconstrução do "Calvapilosa kroegeri"

Reconstrução do Calvapilosa kroegeri

Os cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, descobriram o fóssil de uma minúscula lesma espinhosa com cerca de 478 milhões de anos que pode ajudar a explicar como é que os moluscos evoluíram ao longo dos séculos.

Os moluscos são um grupo diversificado de animais invertebrados que podem ser marinhos, de água doce ou terrestres. No entanto, os especialistas ainda não tinham descoberto se os moluscos evoluíram de um antepassado sem concha, como o polvo, ou com concha, como o caracol.

Agora, após a descoberta recente de um fóssil de molusco na região Anti-Atlas em Marrocos, os cientistas podem dizer com confiança que o antepassado de todos os moluscos provavelmente tinha uma concha, tal como a espécie descoberta.

Os especialistas descobriram sete fósseis semelhantes, em Marrocos, mas apenas dois deles estavam completos e foram analisados ao pormenor. O novo molusco foi apelidado de “Calvapilosa kroegeri” devido à sua cabeça coberta com picos (porque “calva” e “pilosus” significam “couro cabeludo” e “peludo” em Latim).

Jakob Vinther

O fóssil do Calvapilosa kroegeri

“É uma espécie de lesma com uma única casca na extremidade da cabeça”, disse Luke Parry, co-autor do estudo publicado na revista Nature.

Após uma análise para determinar a árvore genealógica dos moluscos, o Calvapilosa kroegeri revelou ser o membro mais primitivo da linhagem dos quítons – animais marinhos que têm uma concha enorme com oito conchas pequenas sobrepostas na parte dorsal, são desprovidos de tentáculos e têm cabeça minúscula desprovida de olhos.

Segundo os especialistas, o número das conchas dos quítons aumentou com o tempo, portanto é provável que o antepassado de todos os moluscos fosse de casca simples e coberto de espinhas.

“Eu diria que o animal descoberto está muito perto da aparência do antepassado de todos os moluscos há 530 milhões de anos atrás”, disse Jakob Vinther, paleobiologista molecular da Universidade de Bristol e co-autor do estudo.

ZAP //

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