Mais de mil leões-marinhos californianos foram envenenados por uma proliferação de algas tóxicas que pode causar convulsões, danos cerebrais e até a morte dos animais.
Nas praias da Califórnia, os leões-marinhos têm exibido comportamentos estranhos, como balançar a cabeça para a frente e para trás, espumar pela boca e ser muito violentos quando tocados.
Normalmente, estes animais não são violentos com os humanos. Contudo, nas últimas semanas, houve cinco casos de banhistas mordidos por leões-marinhos.
Alissa Deming, veterinária do Pacific Marine Mammal Center, em Orange County, explica que os animais não estão a atacar as pessoas intencionalmente. Trata-se apenas se um reflexo natural quando um animal doente e desorientado se assusta.
As equipas de resgate de mamíferos marinhos receberam cerca de 300 relatórios diários de leões-marinhos em perigo, sendo que 150 animais foram encontrados mortos.
O acontecimento pode estar relacionado a um desequilíbrio de nutrientes no oceano impulsionado pelas consequências das alterações climáticas, do El Niño e dos poluentes oriundos das atividades humanas.
Por sua vez, um surto recente de proliferação de algas — também conhecido por maré vermelha — terá agravado o fenómeno, adoecendo e matando leões-marinhos e golfinhos.
A proliferação de algas é um fenómeno natural que provoca a produção de uma neurotoxina muito poderosa, o ácido domóico. Os peixes pequenos ingerem esta toxina e passam-na na cadeia alimentar.
Os seres humanos não são afetados, a menos que comam marisco infetado. Já os leões-marinhos que se alimentam de anchovas e sardinhas são particularmente vulneráveis.
“Este é o pior evento de ácido domóico que já vi“, disse Deming ao Los Angeles Times.
Geralmente, os leões-marinhos libertam naturalmente a toxina após três dias. No entanto, podem também correr risco de vida se ingerirem uma dose muito alta.