Cientistas descobrem uma “lei da evolução perdida” que se aplica a todas as coisas

Uma nova “lei do aumento da informação funcional” revela que os sistemas naturais complexos, para além da vida na Terra, evoluem para uma maior complexidade.

Uma equipa multidisciplinar de cientistas e filósofos dos Estados Unidos alega ter descoberto uma “lei perdida” na natureza que descreve a evolução de sistemas complexos, desde as estrelas até à química pré-biótica.

O estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere que a “lei do aumento da informação funcional” prevê que a evolução em todas as suas formas inevitavelmente leva a uma maior padronização, diversidade e complexidade nos sistemas naturais complexos.

A equipa defende que, dada a omnipresença de sistemas em evolução no mundo natural, é surpreendente que uma lei que descreva estes fenómenos ainda não tenha sido formalizada, explica o Science Alert.

“A evolução não é única na biosfera da Terra; ocorre noutros sistemas extremamente complexos, como o nosso Sistema Solar, estrelas, átomos e minerais”, afirma Michael Wong, astrobiólogo da Carnegie Institution for Science em Washington, DC e primeiro autor do estudo.

O artigo destaca como a enorme diversidade de “espécies” minerais na Terra foi criada a partir de elementos simples. A complexidade da mineralogia da superfície da Terra cresceu à medida que a vida evoluiu de organismos unicelulares para organismos multicelulares. Segundo a pesquisa, os sistemas biológicos e minerais continuam a interagir para influenciar a diversidade um do outro, o que resulta na vida como a conhecemos.

Os autores identificaram três atributos notáveis em sistemas em evolução: 1) formam-se a partir de numerosos componentes que podem adotar um número vasto de diferentes configurações; 2) existem processos que geram numerosas diferentes configurações; e 3) as configurações são selecionadas preferencialmente com base na função.

Wong e a sua equipa acreditam que a sua proposta amplia a nossa compreensão da evolução ao apontar a existência de três tipos distintos de função no mundo natural: ‘persistência estática’, que é a manutenção de arranjos atómicos ou moleculares estáveis; ‘persistência dinâmica’, que descreve como sistemas dinâmicos com acesso a fontes constantes de energia são mais propensos a perdurar; e ‘geração de novidade’, que se refere à propensão dos sistemas em evolução para gerar configurações novas, resultando em comportamentos ou características surpreendentemente novas.

A equipa conclui que uma trajetória assimétrica com base na funcionalidade pode parecer antitética à análise científica, mas conjectura que a seleção com base nestas três funções é um processo universal que resulta em sistemas com informação funcional aumentada.

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