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Esquerda e direita resistem ao avanço da extrema-direita na Suécia

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Jonas Ekstromer / EPA

O Partido Social-Democrata liderado pelo primeiro-ministro, Stefan Löfven, venceu as eleições com 28,4% dos votos

O bloco governamental de esquerda e a Aliança de centro-direita, na oposição, obtiveram este domingo um resultado idêntico nas legislativas suecas, onde a extrema-direita Democratas da Suécia (SD) se converteu numa decisiva terceira força.

Quando estavam escrutinados 95% dos votos, o conjunto das forças de esquerda estava creditada com 40,6%, face aos 40,3% da Aliança, ambos com 143 lugares no parlamento, segundo a autoridade eleitoral da Suécia.

A extrema-direita, com cerca de 18% dos votos, garantirá 63 deputados, num complexo cenário político pós-eleitoral.

O Partido Social-Democrata do primeiro-ministro, Stefan Löfven, venceu as eleições com 28,35%, seguido pelo Partido Moderado (conservador), com 19,8%, enquanto o SD garantiu 17,6% dos votos.

O bloco governamental de esquerda, do sociais-democratas, garantiu 144 lugares no Parlamento, a Aliança à direita 143 e os Democratas da Suécia conseguiram 62 lugares.

O chefe do governo é tradicionalmente o dirigente do partido que obteve mais votos, mas a nova fragmentação política torna qualquer solução particularmente difícil.

Numa primeira reação, o líder ultra direitista Jimmie Åkesson convidou o chefe da oposição de centro-direita, o conservador Ulf Kristersson, a iniciar conversações para formar governo.

“Estou preparado para falar com todos os partidos, mas em particular convido Ulf Kristersson a discutir como governar este país de agora em diante”, disse no seu quartel-general eleitoral em Estocolmo.

A votação deste domingo foi a primeira a ser realizada desde que a Suécia, país com uma população que ronda os dez milhões de habitantes, recebeu 163 mil requerentes de asilo em 2015, o maior rácio per capita da Europa, no acolhimento de migrantes.

Em poucos meses, o Governo de Estocolmo teve, no entanto, que recuar nas políticas de acolhimento, e o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, admitiu que o país não estava a conseguir lidar com tal fluxo migratório.

Apesar do endurecimento das leis migratórias e do reforço dos controlos fronteiriços, muitos suecos sentem-se abalados por um crescente sentimento de insegurança, alimentado por relatos de violações, carros incendiados e violência de gangues em bairros normalmente associados com a população imigrante, e com uma elevada taxa de desemprego.

O cenário tem sido fértil para a agenda anti-imigração do SD, que, durante a campanha eleitoral, também anunciou a intenção de apresentar um pedido no parlamento para que a permanência sueca na União Europeia (UE) vá a referendo.

Na sexta-feira, o partido divulgou que o líder tinha sido ameaçado de morte.

// Lusa

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18 Comments

  1. Para infelicidade dos cidadãos da Suécia, a suposta “extrema direita” ainda nao tem mais. Continuem a sofrer, e continuem com o prémio de capital nº1 de violações na Europa

    • Pronto, com este comentário já deu para perceber qual a cartilha que defende. É inacreditável que, com todas as lições que a história nos ensina, ainda existam pessoas a pensar como o senhor. Infelizmente muitas. Como dizia o outro, “ignorance is the root of all evil”.

      • O pior é que você mesmo tal como a maioria dos políticos ainda não se aperceberam de que ao teimarem com a política actual sobretudo infestar a Europa com toda a raça e credos de gente que para cá queira vir estão a destruir a cultura europeia e a limitar a segurança dos europeus, quanto a mim é aqui que está o cerne do problema e não em milhões de europeus pretenderem mudar apenas por casmurrice ou capricho como vocês teimam fazer crer.

        • Caro “de mal a pior”, basta ter um bocadinho noção da história para perceber que todas as guerras, incluindo as mundiais, começaram com este “medo do outro”. Este “medo do outro” não é nada mais do que ignorância e desconhecimento do “outro”, que são o combustível para movimentos de extrema-direita.

          Obviamente que há problemas com a imigração, e existem sempre maçãs podres nos grupos de migrantes (como já havia na Europa, com ou sem migrantes). No entanto o facto é que pouco é feito para efectuar uma boa integração desses mesmos imigrantes, sobretudo por parte de países com governos manietados pela extrema-direita. Acha que é com a colocação dessas pessoas em campos de refugiados ou getos que as pessoas são integradas na cultura europeia? Portugal felizmente até é dos melhores exemplos, embora muitas coisas pudessem melhorar. A casmurrice é toda da parte de quem não está a ver a história a repetir-se, e as atitudes de extrema-direita levadas ao extremo têm sempre o mesmo resultado. Só não vê quem não quer.

          • Nuno Alves voce sabe como se iniciaram as cruzadas? Os cristaos tiveram de se unir para defender de uma invasão que já ia na actual França. Os pontos vermelhos sao as centenas de batalhas de jihad numa tentativa de subjugar os cristãos. Nada mudou na mentalidade por lá https://www.youtube.com/watch?v=I_To-cV94Bo

          • Pois o problema ao contrário do que você estará a fazer tentar acreditar não é de agora, eu pessoalmente já conheço a França depois de 1973 e posso dizer-lhe que os franceses já na altura se sentiam mais do que fartos de tanto árabe que foram postos lá com apoio de vários partidos e presidentes da direita à esquerda, isto não se trata de um problema de extrema-direita mas sim de subserviência de políticos que pouco se importam em salvaguardar o bem estar dos seus para agradar a clientelas indesejadas a troco talvez de negócios obscuros, estão a dar o tiro no pé sem se aperceberem de tal.

          • Pois o Nuno deve saber o que é o plano Kalergi e que a Merkl já recebeu vários prémios Kalergi por estar a fazer um bom trabalho…
            AH!… Pelos vistos não sabe… é melhor ir ao google, Nuno.

          • Cara Jo, os leitores deste espaço sabem o quanto gosta de uma boa teoria da conspiração. A sua preferida é o complot das vacinas? Olhe vou sugeri-lhe a seguinte leitura. Se é tão aberta a novas ideias e ideias diferentes leia por favor o seguinte livro, e depois vamos conversar:

            “Escaping the Rabbit Hole: How to Debunk Conspiracy Theories Using Facts, Logic, and Respect”, por Mick West

            Cumprimentos.

          • Todas as respostas que tive ao meu comentário suportam-se em teorias da conspiração, o que ilustra bem o ponto que quero realçar sobre a ignorância. Posso apenas concordar ligeiramente com o “de mal a pior” relativamente à situação francesa, que é, no mínimo, complicada. No entanto diria que é complicada não só devido ao número excessivo de imigrantes (dou-lhe razão), como também devido à falta de condições que tiveram à chegada e à falta de medias activas de integração. Este tipo de emigrantes foram e estão sujeitos, ainda hoje, a forte “ghetização”. Receber sim, mas com conta peso e medida e com fortes medidas de integração (aspecto no qual Portugal é um exemplo muito melhor do que França, embora também seja mais fácil porque são muito menos pessoas para integrar). Se as pessoas não quiserem ser integradas (por exemplo, senão falarem a língua local após um ano), então a conversa terá de ser outra.
            Cumprimentos.

  2. caro Nuno Alves, recomendo que veja alguns documentários sobre o que se vai passando na Suécia, talvez mude de ideias.

    pode começar pelo da RT youtube hMbRkgVV_Bs

    Salam Alaikum Sweden. Testing the limits of Swedish generosity (RT Documentary)

  3. Caro ovgia, acha que os documentários da RT são imparciais? Quem manda na RT, sabe? E essa pessoa que manda na RT, quer uma Europa forte e unida ou fraca e fragmentada? Pense um pouco. Cumprimentos.

    • A RT é dos canais televisivos mais isentos que existem, seguramente mais isento que qualquer canal de TV portuguesa. Na RT todos falam a criticarem quem querem

    • caro Nuno,

      e quem manda na BBC, entre outros canais como os diversos dos USofA?

      mas se comparar ambos, e for realmente imparcial acaba por chegar à conclusão que destes todos a RT é possívelmente a mais isenta.

      • Bem… essa comparação deve ser para rir…
        Mesmo tendo defeitos, a BBC é uma emissora publica (muito conceituada) do Reino Unido (uma democracia madura); quer mesmo comparar com a RT e com a Rússia?!
        Equivalente nos EUA só a PBS; o resto são canais comercias (com tudo o que isso acarreta)…
        Eu vejo (e gosto) da RT, porque nos dá uma visão de outro “ângulo”, mas sei muito bem o que estou a ver… a RT é tão isenta que nunca diz NADA sobre a Rússia (politica interna, problemas sociais, corrupção, pobreza, etc, etc) – nota-se que estão muito mais preocupados com o que se passa nos EUA e na Europa do que no próprio país…

        • Caro Eu!, não vale a pena. Para eles a Rússia é a democracia mais madura de todas (Cuba, China e Venezuela devem andar lá perto). Esta malta ou genuinamente acha isso ou então tem como agenda tornar o nosso país tão “democrático” com esses que mencionei. Sinceramente não sei o que é pior.

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